Um laudo microbiológico emitido pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte comprovou a presença da bactéria Clostridium perfringens em um purê misto servido a funcionários do Hospital Júlia Kubitschek, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, no último dia 9 de outubro. Na ocasião, aproximadamente 200 servidores foram afastados com sintomas de intoxicação alimentar, de acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde).
A Clostridium perfringens é uma bactéria bacilar, associada a intoxicação alimentar e gatroenterite. Em geral, as pessoas infectadas apresentam cólica abdominal, diarreia, náuseas e vômitos, justamente os sintomas descritos pelos funcionários da unidade de saúde.
Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde, classifica a contaminação como “preocupante”. Ela afirma que já existiram outros problemas com a alimentação fornecida pelo Hospital Júlia Kubitschek, mas nunca com tantos servidores infectados. “Foi um número muito grande grande de trabalhadores. E, agora, nós exigimos que se tomem providências”, diz.
O Sind-Saúde e o Conselho de Saúde já haviam questionado o processo de licitação para a nova fornecedora de comida no Hospital Júlia Kubitschek. No dia 03 de outubro o sindicato encaminhou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) um documento que solicitava reunião para tratar de fiscalização de gastos públicos referente aos serviços de alimentação na unidade de saúde.
De acordo com a documentação, há uma diferença superior a R$ 30 milhões entre a proposta vencedora e a contratada, com prejuízo financeiro diário estimado em mais de R$ 19 mil decorrente da não assinatura contratual com a vencedora da licitação.
“A empresa continua atuando normalmente: a direção alega que existe um processo entre as duas empresas e que venceu a licitação”, explica Neuza. “Para o sindicato não interessa qual a empresa vai fornecer. Agora, a qualidade do serviço oferecido, isso, sim, interessa”, complementa.
A diretora afirma que o Sind-Saúde acionou órgãos fiscalizadores e cobra providências. “O que será feito? Qual a providência será tomada? Porque, afinal de contas, atingiram pessoas”, questiona.
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