Em comunicado citado pela agência noticiosa Wafa, a Autoridade Palestiniana afirma que a tempestade que atingiu a Faixa de Gaza deixou “uma difícil situação humanitária que expõe a vida de crianças, mulheres e idosos a sérios riscos”.

Além disso, apela diretamente aos Estados Unidos e aos outros mediadores das negociações de paz na Faixa de Gaza – Egito e Qatar para que pressionem Israel “a acelerar a entrega de casas pré-fabricadas e tendas para lidar com as duras condições meteorológicas”.

O acordo de cessar-fogo no enclave palestiniano, em vigor desde 10 de outubro, estipula que Israel, nesta primeira fase, deve garantir e agilizar a entrada de mais ajuda humanitária no território.

No entanto, as autoridades israelitas continuam a manter restrições rigorosas nas passagens fronteiriças de acesso ao enclave e que atrasam a entrada de camiões carregados com alimentos, medicamentos e abrigos.

“O que resta em Gaza, tendas deterioradas e rasgadas, não impede a infiltração de água e já não oferece proteção aos cidadãos”, acrescenta a Autoridade Palestiniana, que controla partes da Cisjordânia, enquanto a Faixa de Gaza é gerida pelos islamitas do Hamas.

Grande parte dos habitantes do território continua a viver em tendas depois de ter perdido as suas casas devido aos bombardeamentos israelitas lançados nos últimos dois anos.

A chegada das primeiras chuvas e do frio expôs a fragilidade destes abrigos, dos quais muitos foram inundados ou até perdidos nos últimos dias.

Na sexta-feira, o Hamas apelou também à comunidade internacional para aumentar a ajuda à população da Faixa de Gaza à aproximação do inverno.

O porta-voz do grupo islamita, Hazem Qassem, pediu “responsabilidade moral, humanitária e jurídica” à comunidade internacional, perante “um desastre” que se agravou no enclave palestiniano.

“A contínua incapacidade dos países árabes, islâmicos e internacionais de prestar ajuda a Gaza perante este desastre e a chegada do inverno incentiva a ocupação [israelita] a intensificar o cerco a Gaza e a aumentar catastroficamente o sofrimento do seu povo”, sustentou Qassem, citado pelo diário Filastin, ligado ao Hamas.

Na sua primeira fase, o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas prevê a troca de prisioneiros e reféns, a retirada parcial das forças israelitas do território e o aumento do acesso da ajuda humanitária.

A etapa seguinte, ainda por acordar, inclui a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 69 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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