Durante a programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a indústria brasileira deu um passo estratégico para ampliar sua capacidade de prevenção e resposta a eventos extremos.

Nesta quinta-feira (13), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional do SESI assinaram o Protocolo de Respostas às Emergências Climáticas por Inundação, documento que define diretrizes operacionais para atuação do setor industrial em situações de inundações severas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a crise climática “é acima de tudo uma crise de saúde pública”, citando as mortes, destruições de serviços de saúde e o impacto sobre profissionais durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Ele destacou o avanço da agenda de clima e saúde nas últimas COPs e o papel do Brasil nesse movimento.

O protocolo estabelece procedimentos de prevenção, resposta imediata e recuperação pós-desastre, promovendo a integração do setor produtivo às estruturas públicas de proteção e defesa civil.

Elaborado por especialistas em saúde, segurança do trabalho, gestão de riscos e resposta a desastres, o material está alinhado à Agenda 2030 da ONU, ao Marco de Sendai (2015–2030), à Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e às melhores práticas internacionais de gestão de emergências climáticas e de saúde.

Durante o evento, representantes do SESI destacaram que o documento nasce de uma necessidade real vivida no país e reforça o papel da indústria na preparação para eventos climáticos extremos. O diretor-superintendente do SESI, Paulo Mol, lembrou que a experiência no Rio Grande do Sul evidenciou a importância de diretrizes claras.

“A inundação no Rio Grande do Sul, no ano passado, nos ensinou muitas coisas, entre elas como a falta de protocolos e estrutura pode nos deixar inoperantes. O SESI aprendeu, ao longo do tempo e com apoio do Conselho Nacional, como atuar e operar em situações como essa”, afirmou.

Para o presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Júnior, o protocolo é fruto direto do enfrentamento vivido no Rio Grande do Sul e integra o esforço nacional entre diferentes setores da sociedade para estruturar respostas rápidas e coordenadas.

Ele lembrou que o documento resulta do acordo de cooperação com o Ministério da Saúde. “Ele veio a partir do enfrentamento real que vivemos no Rio Grande do Sul. Estivemos juntos com a força-tarefa do SUS, em um trabalho difícil e resiliente. A ideia é levar essa experiência para outras situações que estamos enfrentando”, afirmou.

Durante o lançamento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que organizações internacionais comprometeram 300 milhões de dólares para apoiar a implementação do recém-lançado plano de adaptação dos sistemas de saúde às mudanças climáticas.

Trata-se de mais do que o dobro do volume de investimentos anuais atualmente direcionados para esse tipo de ação. “Hoje é um dia histórico […] Logo depois do lançamento, organizações internacionais já anunciaram 300 milhões de dólares para financiar a implementação do plano”, afirmou Padilha.

O protocolo organiza procedimentos de prevenção, resposta imediata e recuperação pós-desastre, promovendo a integração do setor produtivo às estruturas públicas de proteção e defesa civil.

Elaborado por especialistas em saúde, segurança do trabalho, gestão de riscos e resposta a desastres, o material está alinhado à Agenda 2030 da ONU, ao Marco de Sendai (2015–2030), à Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e às melhores práticas internacionais de gestão de emergências climáticas e de saúde.

Protocolo como referência para a gestão de riscos

Estruturado em dois capítulos, o documento apresenta, primeiro, a contextualização global e nacional das inundações, com diagnóstico dos impactos potenciais sobre a saúde da população e proposição de diretrizes específicas para a indústria.

Na segunda parte, traz a experiência do Rio Grande do Sul, com destaque para a atuação do SESI-RS durante as enchentes de 2024, marcada por flexibilidade, parcerias, agilidade, transparência e coordenação entre instituições, evidenciando o compromisso do Sistema Indústria com o apoio às comunidades afetadas.

Base técnica e integração

Para apoiar empresas e gestores públicos, o protocolo disponibiliza instrumentos práticos de planejamento, prevenção e atuação integrada, entre eles:

  • mapeamento georreferenciado de áreas de risco internas e externas às plantas industriais;
  • identificação de populações vulneráveis e de instituições prestadoras de serviços essenciais;
  • definição de níveis de alerta e gatilhos de acionamento com base em indicadores meteorológicos e hidrológicos;
  • procedimentos operacionais padrão, protocolos de comunicação integrada e planos de evacuação;
  • comunicação e alerta em tempo real;
  • ações de resposta imediata,como abrigos temporários, transporte seguro e apoio logístico;
  • além de planos de avaliação de danos (EDAN) e de recuperação pós-desastre, com atenção à saúde mental e à reconstrução social.

Indústria como agente de resiliência

A proposta reforça o papel da indústria como agente de resiliência diante da intensificação dos eventos ao reconhecer que a gestão integrada entre o setor público e privado em contextos de emergências climáticas e de saúde pública aumenta a efetividade das ações e fortalece a coordenação nacional em defesa das populações e dos territórios mais expostos.

“O Sistema Indústria tem se mostrado essencial em momentos de crise, seja pelo apoio logístico, técnico ou humano. Este protocolo reforça nosso compromisso em garantir respostas rápidas e alinhadas às necessidades da população”, finalizou Mol.

CNI na COP30

A participação da CNI na COP30 conta com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI).

Institucionalmente, a iniciativa é apoiada pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), First Abu Dhabi Bank (FAB), Sistema FIEPAInstituto Amazônia+21U.S. Chamber of Commerce e International Organisation of Employers (OIE).

A realização das atividades da indústria na COP30 recebe o patrocínio de Schneider ElectricJBSAnfaveaCarbon MeasuresCPFL Energia, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Latam Airlines, MBRF, PepsicoSuzanoSyngentaAcelen Renováveis, Aegea, Albras Alumínio Brasileiro S.A.AmbevBraskemHydro, Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Itaúsa e Vale.


By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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