Muitas vezes achamos que estamos estressados por falta de paciência ou força emocional. Mas a neurociência demonstra outra realidade: boa parte do nosso estado de ânimo depende de como o cérebro gerencia a energia do corpo. Quando dormimos mal, comemos no horário errado ou não fazemos pausas, o organismo entra em “alerta” e reage com irritação, ansiedade ou desânimo. Pesquisadores do instituto argentino INECO explicam como hábitos simples podem fortalecer a saúde mental.

1. Prestar atenção no corpo antes de reagir

A primeira estratégia é observar o próprio estado interno. A neurociência chama isso de interocepção: perceber sinais como batimentos acelerados, tensão muscular, ritmo da respiração, fome ou cansaço. Quando ignoramos essas sensações, o corpo interpreta como ameaça e dispara reações emocionais exageradas. Pausar alguns segundos e sentir o corpo ajuda a identificar se o problema é físico antes de responder com impulsividade.

2. Comer e dormir: verdadeiros estabilizadores emocionais

O cérebro é um grande economista biológico: pensar, sentir e se mover consomem energia. Quando dormimos pouco ou ficamos horas sem comer, o organismo entra em déficit. A neurocientista Lisa Feldman Barrett explica que a principal função do cérebro não é pensar, mas manter o corpo estável. Para isso, precisa de combustível. Alimentação regular e horas de sono suficientes evitam oscilações bruscas de humor, reduzem ansiedade e previnem explosões emocionais.

3. Pequenas ações que recarregam a energia

Uma caminhada rápida, ouvir música, brincar com um animal de estimação ou conversar com alguém querido não são distrações inúteis. Segundo a pesquisadora Camilla Nord, da Universidade de Cambridge, essas pequenas pausas ajudam o cérebro a recalibrar o estresse e recuperar energia. São “microações” que restauram a sensação de controle e tornam o dia mais leve. Em vez de esperar as férias para descansar, vale incluir essas recargas ao longo da rotina.

4. Reduzir exigências em fases difíceis

Nem todos os dias temos o mesmo nível de energia. Mudança de emprego, problemas familiares, luto ou sobrecarga de trabalho exigem mais do corpo e da mente. O psiquiatra Adrián Yoris, da Fundação INECO, recomenda encarar esses períodos como investimentos temporários de energia, não como fracasso. Autocuidado também é ajustar expectativas, pedir ajuda e diminuir metas quando necessário.

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© FreePIk

 

O estudo EM-BODY: entender o corpo para tratar a mente

O EM-BODY Study, realizado por universidades do Reino Unido em parceria com INECO e instituições latino-americanas, investiga como a percepção corporal influencia a saúde mental. Segundo Yoris, a forma como cada pessoa sente o próprio corpo pode explicar por que alguns tratamentos funcionam melhor em certos pacientes do que em outros. O projeto reúne ciência e experiências reais, com voluntários que têm ou não histórico de saúde mental.

Cuidar da energia é cuidar da mente

Dormir bem, comer na hora certa e respirar com consciência não são detalhes — são formas de manter o sistema que sustenta nossas emoções funcionando. Quando o corpo está equilibrado, o cérebro tem energia para aprender, se conectar, criar e lidar com desafios. Cuidar da “economia interna” é, no fim das contas, cuidar da saúde emocional.

Se quiser, posso criar versões mais curtas, com linguagem mais coloquial ou adaptada para redes sociais.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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