Usada todos os dias nas cozinhas brasileiras, a esponja de lavar louça parece inofensiva, mas pode esconder um perigo microscópico. Segundo uma pesquisa publicada no Journal of Applied Microbiology, o item comum nas pias acumula uma grande quantidade de bactérias, inclusive a Salmonella, que pode causar intoxicações alimentares e infecções graves.
O microbiologista Trond Moretro, um dos autores da pesquisa, explicou que a estrutura interna das esponjas facilita o acúmulo de micro-organismos. Já que as esponjas possuem cavidades muito grandes, onde as bactérias conseguem se alojar. Além disso, resíduos de alimentos ficam presos nas pequenas aberturas, o que cria um ambiente ideal para o crescimento bacteriano.
Mas nem todas as bactérias são prejudiciais. É importante ter cuidado especial ao lavar utensílios que tiveram contato com carne crua; isso porque, nesses casos, há risco de contaminação por bactérias como Salmonella e Campylobacter, que podem sobreviver mesmo após o enxágue com água e sabão, e são nocivas à saúde.
O estudo
O estudo comparou esponjas e escovas de louça, analisando o nível de contaminação bacteriana em cada um desses utensílios. Os pesquisadores coletaram amostras de consumidores de diferentes países da Europa, que também responderam a um questionário sobre como limpavam e armazenavam seus utensílios.
Depois, foram realizadas análises quantitativas e qualitativas de bactérias nesses materiais.
O resultado mostrou que as escovas apresentaram níveis muito menores de bactérias do que as esponjas, além de secarem mais rapidamente, o que reduz a chance de proliferação.
A recomendação é redobrar os cuidados
Para quem não abre mão da esponja, a recomendação é redobrar os cuidados. O estudo indica que métodos simples podem ajudar a eliminar boa parte das bactérias, como ferver a esponja, lavá-la na máquina de lavar louça, mergulhá-la em uma solução de cloro ou aquecê-la no micro-ondas ou forno por um minuto (em potência de 700W). Essas práticas ajudam a reduzir significativamente a contaminação.
Outro ponto essencial é o descarte. Após o uso em utensílios que tiveram contato com carnes cruas, a substituição imediata da esponja é a atitude mais segura. Manter o utensílio úmido por longos períodos e sem higienização adequada aumenta o risco de contaminação cruzada e pode transformar um simples item de limpeza em uma ameaça invisível à saúde.
