O centro de Belo Horizonte se transformou, na tarde desta quarta-feira (5/11), em palco de arte, memória e resistência. 

O Coletivo Lambuzados, em parceria com diversos movimentos socioambientais, realizou o Ato Performático por Mariana, uma intervenção artística e política em homenagem às vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que completou 10 anos neste 5 de novembro.


O evento, realizado no Quarteirão Xakriabá da Praça Sete, começou pontualmente às 12h e reuniu dezenas de pessoas em torno da performance coletiva “A Vida que Resiste”. 

Os membros do Coletivo Lambuzados representaram como as pessoas viviam tranquilamente nas cidades que foram atingidas pela lama da barragem de Fundão, em Mariana. 

Eles mostraram como todos foram surpreendidos pelo mar de lama que matou gente, bichos, a fauna e a flora, o Rio Doce e os sonhos das famílias atingidas.

Em seguida, o microfone foi aberto às falas públicas. A ação contou com a participação de artistas, ambientalistas, representantes da sociedade civil e atingidos pela tragédia.



Todos cobraram justiça, reparação e responsabilização das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, envolvidas diretamente no maior desastre socioambiental da história do Brasil.

Durante a intervenção, os participantes relembraram o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, matou 19 pessoas e lançou uma lama tóxica por mais de 600 quilômetros, atingiu comunidades ribeirinhas, o Rio Doce e outros rios, todo o ecossistemas até o litoral do Espírito Santo.

De acordo com os organizadores, o ato teve como objetivo “reavivar a memória coletiva e denunciar a impunidade das mineradoras”, além de alertar para o risco de novos desastres como o de Brumadinho, ocorrido em 2019.



“Passaram-se dez anos e as vítimas continuam esperando justiça. As empresas seguem lucrando, enquanto as comunidades ainda sofrem com a perda de suas casas, sua cultura e seu modo de vida. Nossa performance é um grito por memória, resistência e transformação”, disse o idealizador do Coletivo Lambuzados, Severino Iabá.

O público que passou pela Praça Sete acompanhou com emoção a encenação simbólica do luto e da luta das comunidades atingidas, representada pelos corpos pintados de lama e pelas expressões de resistência dos artistas. 

O ato também contou com faixas, cartazes e músicas que lembravam as vítimas e denunciavam a lentidão nos processos de reparação.

A iniciativa fez parte da mobilização nacional pelos 10 anos do desastre-crime de Mariana, que incluiu manifestações simultâneas em outras cidades de Minas Gerais e do país.



O Ato Performático por Mariana foi uma realização do Coletivo Lambuzados, com apoio de entidades como o Projeto Pomar BH, SOS Vargem das Flores, Arraial da Serra e o Coletivo de Teatro Ateliê, que reforçam o papel da arte como ferramenta de denúncia, memória e transformação social.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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