(Folhapress) – A Secretaria de Saúde do Espírito Santo confirmou que ao menos nove pessoas contaminadas no surto de uma doença misteriosa no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, testaram positivo para a presença do fungo histoplasma, comum em fezes de animais como aves e morcegos.

O fungo é responsável por causar histoplasmose, uma doença que pode ser assintomática ou evoluir para óbito. As vítimas da contaminação apresentaram sintomas como febre, dor no corpo e falta de ar.

Os resultados positivos vieram de oito funcionários do hospital, voltado ao tratamento contra câncer no estado, e uma acompanhante de paciente.

A presença de anticorpos nos organismos dos casos suspeitos foi confirmada após testes realizados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que investiga as causas da contaminação em conjunto com o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo).

Hospital Santa Rita (Foto: Divulgação)
Hospital Santa Rita (Foto: Divulgação)

No momento, há 93 casos suspeitos em monitoramento, 76 funcionários do hospital, 11 acompanhantes e seis pacientes. Cinco pessoas permanecem internadas, duas delas em UTI.

“A nossa investigação caminha para conclusão de que o surto do Santa Rita está sendo causado por um fungo histoplasma, que é um fungo comum em fezes de animais, em especial aves e morcegos, que podem estar na região”, disse o secretário de Saúde, Tyago Hoffmann, em vídeo divulgado nesta terça (4).

Segundo Hoffmann, a pasta vai realizar outros testes para confirmar se todos os casos suspeitos têm relação com o fungo.

De acordo com o Ministério da Saúde, não há transmissão do histoplasma entre seres humanos, nem de animais para pessoas.

Normalmente a infecção ocorre por inalação de partículas. Além da presença em fezes de animais, o fungo pode estar presente no solo e em árvores. O principal grupo de risco é o de trabalhadores rurais.

Uma amostra de água de um bebedouro do hospital apresentou resultado positivo para a bactéria Burkholderia cepacia. No entanto, nenhum exame de sangue indicou possível contaminação, e não foi detectada a presença do microrganismo em outros pontos do sistema hidráulico.

As principais hipóteses, antes do resultado dos testes, eram de contaminação por fungo ou por bactéria. Na segunda-feira (3), o secretário de Saúde disse que os sintomas clínicos dos pacientes e a falta de transmissão interpessoal indicavam a primeira opção.

“O fungo se encaixa nessa investigação. Em relação à bactéria, normalmente ela causa quadros mais agravados do que foi visto até agora. Além do mais, não foi encontrada em nenhum teste em pacientes”, afirmou.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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