Trabalhadores relatam falhas na geração elétrica, alimentos estragados e camarotes sem ar condicionado; auditores fiscais do trabalho foram acionados após denúncia do Sindipetro-NF.
A plataforma Pampo, operada pela Trident Energy, decidiu dois dias sem geração de energia elétrica, segunda recepção recebida pelo Sindipetro-NF. O pagamento teria causado a perda dos alimentos refrigerados e deixado os trabalhadores sem ar condicionado e sem aquecimento da água dos chuveiros, comprometendo as condições de habitabilidade a bordo.
Após uma denúncia formal encaminhada pelo Sindipetro-NF, os auditores fiscais do trabalho serviram nos aeroportos da região para entrevistar os trabalhadores que desembarcaram da unidade e verificar as condições relacionadas.
Segundo o diretor sindical Alexandre Vieira, que acompanhou a ação, os auditores estão adotando trabalhadores que acabaram de desembarcar. “A Trident afirmou que houve uma falha de geração de energia, sem ocorrência de incêndio, mas o sistema de dilúvio foi acionado automaticamente por perda de especificações de ar, o que afetou as válvulas de segurança (SDVs)”, explicou Vieira.
De acordo com informações repassadas pela Trident aos auditores, o sistema foi restabelecido após manobras técnicas. Ainda segundo relatos, um princípio de incêndio anterior teria ocorrido em agosto.
Trabalhadores se relacionam com precariedade e falta de diálogo
Durante o desembarque, 99 trabalhadores deixaram a unidade entre ontem e hoje. As denúncias incluem problemas nos camarotes, como temperaturas expostas e falhas estruturais.
“A empresa informou que há projetos de reparo, mas até o momento não apresentou soluções concretas. A ausência de diálogo com o sindicato agravou a situação, pois impede o acompanhamento das medidas de segurança e das condições de trabalho”, destacou Vieira.
O diretor também criticou a falta de reconhecimento do Sindipetro-NF como representante legítimo dos trabalhadores da Trident, o que obriga o sindicato a acionar diretamente os auditores fiscais em casos de risco ou violação de direitos.
O sindicato reafirma o seu compromisso em defesa da saúde, da segurança e da dignidade dos trabalhadores, exigindo que a empresa garanta condições de trabalho adequadas e respeite o direito à representação sindical. “Nossa única ação tem sido recorrente à fiscalização do trabalho, já que a empresa não dialoga. Seguiremos cobrando respostas e melhorias para garantir que episódios como esse não voltem a acontecer”, concluiu Vieira.
