São Paulo
Os investimentos de empresas dos setores aéreo e portuário em políticas ESG —sigla para práticas socioambientais e de governança corporativa, — geraram 120 mil empregos no país com investimentos de R$ 1,2 bilhão entre 2023 e 2024.
O número é equiparável à quantidade de funcionários de uma das maiores companhias aéreas do mundo, a American Airlines, que terminou o terceiro trimestre deste ano com 136.900 empregados diretos.
Os dados sobre os investimentos desses setores em políticas socioambientais fazem parte de um levantamento do Ministério de Portos e Aeroportos, em parceria com a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), por meio de Acordo de Cooperação Técnica firmado no ano passado. O resultado será apresentado na tarde desta terça (28), em Brasília.
A pesquisa analisa medidas que envolvem desde projetos educacionais, de inclusão e capacitação profissional até programas de engajamento comunitário e comunicação.
Segundo a pasta, o estudo, intitulado “Diagnóstico de Sustentabilidade: portuário, navegação e aeroportuário”, servirá como parâmetro para futuras políticas de governo.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o estudo integra as iniciativas da pasta para promover práticas sustentáveis na infraestrutura portuária, hidroviária e aeroportuária brasileira, garantindo o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, preservação ambiental e inclusão social.
“Nossos esforços têm o objetivo de promover o transporte sustentável, reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor e adotar tecnologias e práticas inovadoras para fomentar a descarbonização, além de contribuir para garantir um ambiente igualitário e inclusivo”, afirma.
Distribuição dos investimentos
O setor portuário foi o que mais investiu em práticas ambientais, totalizando R$ 512,4 milhões nos últimos dois anos, puxados pelos terminais de uso privado (TUP), com R$ 290 milhões. Os portos organizados (administrações portuárias) aparecem na sequência, com R$ 138 milhões de investimentos, seguidos pelos arrendamentos de terminais (R$ 83 milhões).
Na dimensão social, as empresas do setor portuário também foram as que mais fizeram investimentos, somando R$ 225 milhões —sendo R$ 181,6 milhões investidos pelos TUPs, R$ 28 milhões por administrações portuárias e R$ 15,9 milhões por arrendamentos.
Nos indicadores de governança, a taxa média de adesão das empresas foi maior do que nos outros dois pilares, de 77,9%, embora o total investido tenha sido menor (R$ 69,1 milhões).
Já o setor aeroportuário investiu R$ 138,4 milhões em iniciativas ambientais entre 2023 e 2024, com 100% das empresas possuindo algum projeto de descarbonização. Mesmo assim, o eixo social foi o que teve mais investimentos do setor, com total de R$ 195,8 milhões. Governança atraiu R$ 16,3 milhões.
Na navegação, o pilar da governança concentrou o maior volume dos aportes em ESG, com R$ 40 milhões investidos e 71% de adesão das empresas do setor. Em seguida, destacam-se o eixo ambiental, com R$ 17,8 milhões em investimentos, e o social, com R$ 14,1 milhões.
Segundo a pesquisa, os investimentos ambientais no setor tendem a crescer devido às novas diretrizes da Organização Marítima Internacional, que estabelecem metas globais progressivas de descarbonização do setor marítimo, incentivando tecnologias mais limpas e a transição para combustíveis de baixo carbono.
Com Stéfanie Rigamonti
