A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizou, nesta segunda-feira (27), as informações sobre os casos de contaminação registrados no Hospital Santa Rita, em Vitória, unidade referência no tratamento de câncer no Espírito Santo. Ao todo, 45 pessoas apresentaram sintomas semelhantes aos de pneumonia no episódio de contaminação que veio a público na última semana. Destas, seis seguem internadas, sendo três em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Uma delas está em estado grave, porém estável. A maioria dos afetados é formada por funcionários do hospital. Até o momento, o tipo exato de infecção ainda não foi identificado.
Durante coletiva de imprensa realizada na sede da Sesa, o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, e a coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar do Santa Rita, infectologista Carolina Salume, informaram que a investigação sobre a causa do surto deve ser concluída até o fim desta semana.
De acordo com Hoffmann, 33 trabalhadores de uma ala de internação oncológica apresentaram sintomas respiratórios semelhantes aos de pneumonia. A maior parte foi tratada e já recebeu alta, mas seis permanecem internados, sob isolamento, em hospitais da Grande Vitória. Outros 12 contatos próximos desses profissionais também manifestaram sintomas e estão sendo acompanhados.
“Já investigamos diversos vírus, como o coronavírus e as influenzas A e B, e descartamos essas possibilidades. Agora, estamos investigando bactérias e fungos. Os testes estão sendo realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com análise para quase 300 patógenos. Também trabalhamos com a hipótese de uma causa ambiental, motivo pelo qual colhemos amostras de superfícies, de água, mobiliário e do sistema de ar-condicionado”, afirmou o secretário.
A rede de saúde capixaba — pública e privada — está mobilizada para seguir o protocolo de investigação e notificação definido pela Sesa.
“Não há novos casos relacionados ao surto desde o último dia 22. Publicamos uma nota técnica que orienta todos os estabelecimentos de saúde a notificar a Sesa ao identificar pacientes com sintomas respiratórios compatíveis”, acrescentou Hoffmann.
A infectologista Carolina Salume reforçou que não há recomendação de uso de máscaras dentro do hospital. “As contaminações não ocorreram de pessoa para pessoa. Não há risco em frequentar o hospital nem necessidade de uso de máscaras neste momento. O problema ficou restrito à ala de internação onde o surto foi identificado, que, por precaução, está interditada, assim como um centro cirúrgico”, explicou.
Segundo a direção do Hospital Santa Rita, todos os serviços da unidade — incluindo cirurgias, exames e tratamentos oncológicos — continuam funcionando normalmente.
O secretário Tyago Hoffmann informou ainda que foi criado, dentro do hospital, um Centro de Informações, composto por equipes da própria instituição, da Vigilância Epidemiológica Estadual e do Ministério da Saúde. “Os representantes do Ministério da Saúde estão atuando de forma protocolar, em apoio técnico, conforme as normas nacionais para surtos em unidades hospitalares. Toda a investigação e a condução do caso têm sido realizadas pela Sesa em parceria com o Hospital Santa Rita”, destacou.
A Sesa também esclareceu que não há qualquer orientação para o uso de máscaras em locais públicos próximos ao hospital. “Circulam nas redes sociais informações falsas sobre a necessidade de uso de máscaras em ônibus que passam pelas imediações do Hospital Santa Rita, o que não procede”, afirmou Hoffmann.
A secretaria e o hospital também negam que o surto tenha relação com a bactéria Legionella spp. “Ainda não há confirmação sobre o agente causador do surto”, enfatizou a infectologista Carolina Salume.
