A Galp prevê que o projeto Bacalhauno pré-sal brasileiro, atinja o seu ritmo pleno de produção em 2027com cerca de 40 mil diários de barriso que poderá gerar cerca de 400 milhões de euros por ano em fluxo de caixa operacional.
“O ‘ramp-up’ (aumento gradual da produção) deverá prolongar-se por pelo menos um ano, refletindo a escala distinta deste ativo face a Tupi ou Iracema”, indicou a co-CEO da Galp, Maria João Carioca, realçando que para o quarto trimestre são esperados volumes baixos, até porque o primeiro óleo foi atingido há pouco tempo.
Numa “call” com analistas após os resultados, Maria João Carioca sublinhou que “a contribuição total esperada será apenas em 2027”, apontando que no pico de produção, a unidade vai contribuir com cerca de 40.000 bairros por dia.
Sobre a disputa que a empresa tem com o Governo moçambicano relativamente ao apuramento do imposto sobre mais-valias, João Marques da Silva, o outro co-CEO da Galp, confirmou que a arbitragem internacional foi ativadamas assegurou que a empresa “continua empenhada num diálogo construtivo com o Governo moçambicano”.
Em causa está a forma como foi calcular o imposto sobre as mais-valias obtidas com a venda da participação de 10% que a Galp tinha no consórcio que explora a Área 4 da bacia do Rovuma, no litoral Norte de Moçambique.
“A Galp está em Moçambique há mais de 65 anos e respeita todas as suas obrigações fiscais. Mas é necessário contestar uma interpretação incorreta da lei que cria incerteza jurídica”, afirmou João Marques da Silva, acrescentando que não foi reconhecido qualquer fornecimento nas contase que o processo “não representa risco de caixa”.
Relativamente ao processo de arbitragem contra a norte-americana Venture Global por não fornecer gás natural liquefeito (GNL) conforme os contratos, a Galp refere que “não se espera qualquer resultado antes do próximo ano”.
Galp espera fechar parceria na Namíbia até final do ano
A petrolífera portuguesa voltou a sublinhar que mantém negociações ativas com vários operadores para desenvolver o bloco Mopanena Namíbia – um dos projetos-âncora do portfólio upstream – e onde os recursos em avaliação continuam alinhados com as previsões iniciais, na ordem dos 10 mil milhões de barris equivalentes.
“Estamos confiantes em concluir uma parceria até ao final do ano com operadores experientes. As conversas decorrem em bom ritmo e com competitividade”, disse Maria João Carioca, acrescentando que o foco está em “garantir alinhamento técnico e acelerar o desenvolvimento do ativo”, sem fechar a porta a eventuais trocas de ativos.
A empresa pretende vender metade dos 80% que detém no projecto Mopane, que abrange uma área de quase 10 mil km2 na bacia de Orange, situada na parte sul das águas da Namíbia, junto à fronteira com a África do Sul.
A Galp anunciou um crescimento homólogo do lucro ajustado líquido de 53% para um valor recorde de 407 milhões de euros no terceiro trimestre, enquanto nos primeiros nove meses do ano, o lucro subiu 9% para 973 milhões de euros.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) cresceu 11% para 911 milhões de euros, entre julho e setembro, face ao mesmo período de 2024. Já no conjunto dos nove meses, o EBITDA ajustado caiu 7%, em termos homólogos, para 2.420 milhões de euros.
A Galp afirmou num comunicado que está “bem posicionada para superar” a sua previsão atual de um EBITDA ajustado anual de 2,7 mil milhões de euros.
