Uma investigação recente nos Estados Unidos indicou que suplementos proteicos podem conter metais pesados, sobretudo o chumbo, representando risco relevante à saúde. O estudo conduzido pela Consumer Reports avaliou 23 marcas de pós e shakes feitos com whey, carne e proteínas vegetais. Cerca de dois terços dos produtos analisados apresentaram níveis de chumbo superiores a 0,5 microgramas por porção, limite considerado seguro em normas rigorosas, como as da Califórnia.
Os suplementos de origem vegetal foram os mais afetados, exibindo teores de chumbo até nove vezes maiores que os encontrados em produtos à base de whey. Entre as marcas testadas, apenas a Muscle Tech 100% Mass Gainer não registrou presença do metal.
Suplementos com chumbo
O chumbo, um metal pesado que se acumula no organismo, causa prejuízos ao sistema nervoso, sendo especialmente prejudicial para gestantes e crianças, com risco de afetar o desenvolvimento cognitivo e neurológico.
A exposição contínua ao metal também está relacionada a disfunções renais, imunológicas e reprodutivas. Embora a pesquisa considere 0,5 micrograma por dia como referência de segurança, não há um nível totalmente livre de risco, pois mesmo pequenas doses ingeridas por períodos prolongados podem ser prejudiciais.
Nos suplementos à base de proteínas vegetais, a alta concentração de chumbo decorre da capacidade das plantas de absorver contaminantes presentes no solo, na água e no ar, processo que pode ser intensificado pelo complexo método de extração da proteína. Além do chumbo, a análise detectou a presença de outros metais pesados, como cádmio e arsênio inorgânico, em determinados produtos.
Cuidados na hora de comprar
No Brasil, ainda não há pesquisas que comprovem a presença de metais pesados em suplementos proteicos disponíveis no mercado. Alguns produtos podem apresentar contaminação semelhante à identificada nos Estados Unidos, enquanto outros podem estar dentro dos limites de segurança.
Profissionais de saúde ressaltam que a suplementação deve ser feita sob orientação, evitando o consumo desnecessário, especialmente quando a alimentação já supre a necessidade diária de proteínas. O estudo enfatiza a importância de verificar a procedência e a composição dos suplementos, reforçando a necessidade de regulamentações mais rígidas e fiscalização eficaz para garantir a proteção da saúde do consumidor.