A megaoperação da Prefeitura de Rio das Ostras contra a venda de bebidas adulteradas no município teve seus primeiros resultados na última semana, com a identificação e interdição de um depósito que fabricava gelo de forma ilegal.
Localizado em Costazul, o depósito não tinha nenhuma autorização das autoridades competentes nem as condições sanitárias satisfatórias, apresentando diversas irregularidades que colocavam em risco a saúde dos clientes.
A ação, iniciada pela prefeitura na última quarta-feira, 8, contou com diversos órgãos municipais, como o Departamento de Vigilância em Saúde, as coordenações de Defesa Civil, de Fiscalização e Postura (Comfis), e de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), além da Guarda Municipal, e apoio da Polícia Militar.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Vigilância em Saúde, Nirvana Braga, as fábricas de gelo clandestinas representam risco à saúde devido à falta de higiene, uso de água contaminada e condições precárias de trabalho, além de riscos de acidentes com substâncias químicas.
“As empresas e fábricas precisam, em primeiro lugar, ter o devido CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) para atuar como fábrica de gelo. Ao operar sem as devidas licenças, as fábricas clandestinas estão sujeitas à interdição. A operação clandestina ignora as normas sanitárias e legais que garantem a segurança do gelo e a qualidade do ambiente de produção, o que pode colocar em risco a saúde dos consumidores”, afirmou Nirvana Braga.
Entre os principais riscos na fabricação de gelo ilegal, segundo a prefeitura, estão a contaminação biológica, por bactérias, vírus e protozoários, a contaminação química, por resíduos de limpeza e pesticidas, além de higiene inadequada e falta de manutenção, que podem transmitir doenças.
“Há também riscos ocupacionais aos trabalhadores, como lesões por esforço físico e exposição a produtos tóxicos, como a amônia usada em sistemas de refrigeração”, reforçou a prefeitura.
Segundo o município, a megaoperação seguirá no município, especialmente atenta à venda de bebidas adulteradas, com objetivo de coibir a comercialização de bebidas que possam conter metanol, que já causou a morte de 5 pessoas em todo país, além de 24 casos confirmados e outras 235 sob investigação, com 5 deles no Estado do Rio.
Dos casos em investigação no Estado, 3 deles estão na Região dos Lagos, sendo 2 em Cabo Frio, e 1 em São Pedro da Aldeia, enquanto os outros 2 estão na Região Serrana, em Cantagalo (1), e na Região Sul Fluminense, em Volta Redonda (1).
De acordo com a Prefeitura de Rio das Ostras, as ações continuarão nas próximas semanas, em diversos bairros e localidades da cidade, com objetivo de proteger a saúde da população e impedir que casos de intoxicação por metanol no município.
“É importante ressaltar que os depósitos que contenham máquinas de gelo em funcionamento devem se legalizar ou parar de produzir, sob pena de interdição”, completou o município.