Já chega a 37 o número de mortes causadas pelas chuvas que atingem o México desde quinta-feira (9). A informação foi confirmada pelo governo do país neste sábado (11).
O comunicado do Ministério da Segurança Federal detalhou que os óbitos ocorreram em quatro Estados localizados em uma área montanhosa no centro e leste do país. Do total de mortes, 22 foram registradas no Estado de Hidalgo, nove em Puebla, cinco em Veracruz e um em Querétaro.
Ainda segundo o comunicado, são 117 municípios mais gravemente afetados pelas precipitações em cinco Estados.
Medidas de apoio
Por volta das 13h de sábado (11), a presidente do país, Claudia Sheinbaum, escreveu na rede social X que “depois que as emergências forem resolvidas, iniciarão os levantamentos para dar suporte à população”.
“Não deixaremos ninguém desamparado. Cuidaremos de famílias que perderam um ente querido”, publicou.
Mais cedo, a coordenadora nacional de Proteção Civil, Laura Velázquez, informou que ocorreram deslizamentos de terra, desmoronamentos de estradas e transbordamentos de rios nos estados afetados.
A área do desastre é a Sierra Madre Orientala , uma extensa cadeia montanhosa que corre paralelamente à costa do Golfo do México e que está repleta de pequenas localidades, às quais era impossível acessar na sexta-feira.
Uma equipe da AFP chegou à cidade de Tulancingo, em Hidalgo, de onde partem estradas que levam às comunidades serranas, mas estavam fechadas por desmoronamentos e uma enorme vala.
Descompasso das estações
O México registrou em 2025 uma intensa temporada de chuvas, que inclusive bateu recordes na capital.
O meteorologista e acadêmico Isidro Cano explicou à AFP que essas intensas precipitações, registradas desde quinta-feira, ocorrem no final da temporada e são resultado de um “descompasso das estações”:
— As chuvas podem se adiantar ou se atrasar. Também há o fator orográfico, que contribui para a formação de nuvens devido ao ar quente e úmido que sobe pelas montanhas.
Ele detalhou que um fenômeno tropical formado no Golfo do México colidiu com a Sierra Madre Oriental, o que provocou um aumento nas temperaturas, favorecendo a formação de vapor d’água e chuvas intensas.
A isso se soma uma frente fria vinda dos Estados Unidos, que gera maior nebulosidade, favorecendo ainda mais chuvas em amplas regiões do país, acrescentou o especialista.
As autoridades no litoral do Pacífico permanecem atentas ao avanço de Priscilla, que chegou à categoria dois de furacão, mas já se degradou para depressão, e à tempestade tropical Raymond.
Ambos os fenômenos permanecem afastados do litoral, mas influenciaram as fortes chuvas na costa oeste.