PESQUISA
Pesquisadores da UEPB trabalham no método rápido para identificar a substância

Canudo detecta contaminação por metanol (Foto: Reprodução)
Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) trabalham em um canudo que muda de cor ao entrar em contato com o metanol. O método rápido para identificar a contaminação começou com a cachaça, mas poderá ser utilizado para outros destilados, conforme a pró-reitora de pós-graduação da UEPB, Nadja Oliveira. Os estudiosos buscam meios para produção em larga escala.
“A gente está desenvolvendo uma solução em que vai ter um canudo impregnado com a substância química, que ao contato com o metanol, ela vai mudar de cor. Isso vai fazer com que o usuário também tenha uma segurança de, quando estiver consumindo a bebida, de que a bebida não tem o teor de metanol”, disse Nadja Oliveira ao G1 em entrevista publicada no sábado (4).
O método já desenvolvido usa um equipamento que emite luz infravermelha sobre a garrafa, mesmo que ela esteja lacrada. Essa luz agita as moléculas e um software coleta os dados. Ele, então, interpreta as informações e identifica qualquer substância que não faça parte da composição original da bebida. Este serve para o metanol, mas também para adição de água para aumentar o rendimento do produto.
“Essa metodologia foi capaz de, além de identificar se a cachaça estava adulterada com compostos que são característicos da própria produção, ou se foi feita alguma alteração fraudulenta, como água ou algum outro composto”, afirma o autor do artigo, David Fernandes. Este método leva poucos minutos para detectar as adulterações sem produtos químicos e tem até 97% de acerto.
Vale citar que esta pesquisa começou em 2023. Em 2025, foram publicados dois artigos sobre o método na revista “Food Chemistry”. Trata-se de um dos principais periódicos destinados à química e bioquímica dos alimentos.
Na tarde de sábado (4), o Brasil tinha 14 casos confirmados e 181 em investigação por intoxicação por metanol. São 13 mortes, sendo uma confirmada e 12 em investigação. Goiás tem duas situações suspeitas, sendo uma Formosa e outra em Itapaci.