“Certamente, os usados vão ser valorizados. É um veículo muito atrativo para o mercado de seminovos e, com a falta do zero-quilômetro, a tendência é de que esses veículos sejam supervalorizados. Vai haver problema de abastecimento de Corolla e Corolla Cross, e isso irá provocar uma depreciação muito menor desses carros”, afirma.
No caso da Toyota, o efeito pode ser ainda mais acentuado por causa da fidelidade do cliente.
Há proprietários que estão com a marca desde 1993, quando o Corolla começava a ser produzido no Brasil, e dificilmente consideram migrar para outra montadora. Para esse público, trocar de carro significa trocar por outro Toyota. Se não há zero à disposição, a saída natural é adiar a compra ou apostar em um seminovo.
Preço dos novos também deve subir
Para o consultor automotivo Cássio Pagliarini, da Bright Consulting, a valorização dos seminovos será um reflexo do aumento dos preços dos novos.
“As concessionárias vão passar por, pelo menos, dois meses de penúria até que a logística de importação dos motores seja normalizada. Isso vai ter um impacto na ponta de varejo: vão diminuir os descontos. Diminuindo o volume de venda por causa da disponibilidade, deve aumentar o preço do novo e, como consequência, dos usados também.”