A anta brasileira (Tapirus terrestris), maior mamífero terrestre da América do Sul, está cada vez mais próxima da extinção. Conhecida como a “jardineira da floresta” por dispersar sementes e ajudar na regeneração natural dos biomas, a espécie já desapareceu de 62% de sua área original.
O problema não está na falta de adaptação, mas na pressão humana. A destruição em massa de habitats, causada pelo desmatamento, avanço agrícola, queimadas e fragmentação florestal, deixou as populações isoladas e vulneráveis. Além disso, o aumento dos atropelamentos em rodovias, a contaminação por agrotóxicos e a caça agravam ainda mais a situação.
Extinção da anta se espalha rapidamente entre os biomas
Hoje, a anta resiste em biomas como a Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. No entanto, já foi considerada extinta na Caatinga e corre risco severo nas regiões Sul e Nordeste. O cenário é crítico: no Cerrado, houve um declínio de cerca de 67% nos últimos 40 anos. Já na Mata Atlântica, 70% das populações possuem menos de 200 indivíduos, o que pode levá-las a desaparecer em até três gerações.
O ciclo reprodutivo longo também pesa contra a espécie. Uma gestação de até 14 meses, resultando em apenas um filhote, torna a recuperação populacional extremamente lenta diante da destruição acelerada de seus habitats.
A Amazônia ainda é vista como último refúgio da espécie, mas até mesmo ali a pressão do desmatamento e das queimadas coloca em xeque sua sobrevivência. Se nada for feito, estima-se que o número de antas no Brasil pode cair pela metade nas próximas três décadas.
Preservar esse animal não é apenas salvar uma espécie, mas garantir o equilíbrio das florestas que dependem dela para continuar vivas.