Edição: quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Estabelecimento foi autuado pelo CRMV-RJ e deverá regularizar a situação

Larissa Martins
Uma clínica veterinária, não identificada, no Centro de Petrópolis, foi flagrada armazenando alimentos congelados, como fígado e frango, no mesmo freezer em que se encontravam animais mortos aguardando destinação ao crematório.
O caso foi descoberto durante uma fiscalização noturna do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) realizada nesta semana.
Segundo o CRMV-RJ, a prática, além de representar risco de contaminação cruzada, viola regras básicas de higiene e biossegurança.
No local, os fiscais também encontraram medicamentos vencidos, alguns desde 2024, e ampolas abertas em uso irregular. Parte desses produtos estava acondicionada em armários de internação, sem segregação adequada, inclusive com embalagens identificadas como vencidas, mas ainda armazenadas junto a medicamentos em uso, o que poderia levar à utilização inadvertida.
A clínica ainda apresentava falhas estruturais importantes, como a ausência de lavatório e de espaço apropriado para higienização dos pacientes na internação, além de não registrar diariamente as temperaturas das unidades de refrigeração.
Na sala de cirurgia, faltavam equipamentos indispensáveis, como monitor de oximetria e aparelho completo de anestesia, comprometendo a segurança dos procedimentos realizados.
Unidade no Bingen
Esse não foi o único caso na cidade, os fiscais também identificaram outra clínica, no Bingen, que apresentou uma série de irregularidades. O estabelecimento funcionava sem alvará e licença sanitária atualizados, além de não possuir Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).
Foram encontrados medicamentos vencidos e constatada a falta de registro de temperatura das vacinas, colocando em risco a conservação e eficácia dos imunobiológicos.
A médica-veterinária de plantão trabalhava sozinha, sem o apoio de auxiliar, em um ambiente que oferece internação e cirurgias 24 horas. O espaço de internação não contava com lavatório e nem local adequado para higienização dos pacientes, agravando o cenário de falhas estruturais.
Em ambos os casos, os responsáveis foram autuados e receberam prazo legal para regularização das infrações ou apresentação de defesa administrativa.
Busca pelo bem-estar animal
O CRMV-RJ reforça que as fiscalizações noturnas têm caráter educativo e preventivo, mas que a atuação é rigorosa diante de situações que colocam em risco a saúde dos animais e da população.
“Essas ações, pioneiras no estado, permitem que o Departamento de Fiscalização verifique estabelecimentos que funcionam em regime de plantão ou 24 horas, garantindo que a prática clínica ocorra dentro das normas sanitárias e profissionais”, afirmou o Conselho.
As ações continuarão sendo realizadas em todo o estado.
Edição: quinta-feira, 25 de setembro de 2025
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