A indicação de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para relatar a PEC da anistia foi, sem dúvida, a pior escolha possível. O parlamentar carrega um histórico que fragiliza sua legitimidade: em 2020 foi condenado a 10 anos e 2 meses de prisão por desvio de verbas do BNDES, escapando da pena graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Não surpreende, portanto, que tenha declarado não querer um texto que confronte a Corte — afinal, deve sua liberdade justamente à “bondade” dos ministros.

Além do passado judicial, Paulinho da Força sempre desempenhou o papel de “pelego” da esquerda, alinhando-se conforme a conveniência. Um deputado com esse perfil não tem moral política nem autoridade ética para conduzir uma matéria de tamanha relevância como a anistia. A escolha apenas reforça a descrença da sociedade no processo legislativo e expõe o distanciamento da classe política em relação às demandas reais do país.