Manaus/AM – A Diocese de Humaitá, em conjunto com as paróquias Nossa Senhora das Dores e Maria Auxiliadora dos Cristãos, em Manicoré, divulgou uma nota de repúdio contra as explosões de balsas de garimpo realizadas nesta segunda-feira (15), data em que a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores. O documento expressa “profunda indignação” diante do que classifica como atos de violência que afetam diretamente famílias ribeirinhas do Rio Madeira.
Na manifestação, a Diocese lamenta que, em um dia marcado pela devoção e pela compaixão, comunidades da região tenham sido surpreendidas pela destruição de balsas usadas por garimpeiros artesanais. Segundo o texto, a ação comprometeu os meios de subsistência de trabalhadores que sobrevivem do extrativismo mineral familiar, agravando a vulnerabilidade social dessas famílias.
O posicionamento da Igreja faz referência às operações da Polícia Federal contra o garimpo ilegal no Rio Madeira. A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) também critica a estratégia, afirmando que o uso de explosivos tem criado um “estado de guerra” em municípios como Humaitá e Borba, com mais de 1.500 bombas detonadas e explosões próximas a comunidades ribeirinhas. O cenário já levou à suspensão de aulas e motivou manifestações de repúdio de diferentes setores da sociedade.
Segundo a DPE, a repressão atinge sobretudo garimpeiros artesanais, enquanto os grandes financiadores permanecem intocados. A instituição alerta ainda para impactos sociais e ambientais, como contaminação da água, morte de peixes, destruição de moradias e abandono de famílias inteiras. No STJ, a Defensoria pede um “cessar-fogo temporário” que permita diálogo entre autoridades e comunidades, além da construção de políticas públicas que ofereçam alternativas econômicas sustentáveis.
Veja a nota na íntegra:

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