O prejuízo recorde dos Correios, de R$ 4,3 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, superando os R$ 2,6 bilhões de todo o ano de 2024 e os R$ 633 milhões de 2023, é um retrato eloquente da má gestão estatal e das escolhas equivocadas do governo lulopetista. A escalada do rombo revela uma crise estrutural, alimentada por decisões políticas que desprezam a lógica econômica e sacrificam o interesse coletivo em nome de um estatismo ideológico datado e fadado ao fracasso, com o agravante de que a conta recai invariavelmente sobre os contribuintes.

A situação da estatal é de profunda crise financeira. Apenas no segundo trimestre de 2025, as perdas somaram R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes mais que no mesmo período do ano anterior. O primeiro trimestre já havia sido desastroso, com prejuízo de R$ 1,7 bilhão, o pior início de ano desde 2017. Para a empresa, os números negativos refletem fatores como reajustes salariais, aumento de precatórios e, crucialmente, a queda nas encomendas internacionais, efeito direto da chamada “taxa das blusinhas”, criada pelo governo para aumentar a arrecadação.

Para o cidadão, pouco importa se a empresa é pública ou privada. Para o lulopetismo, porém, interessa manter os Correios presos ao estatismo ideológico, transformando a estatal, que já foi motivo de orgulho nacional, em instrumento de barganha política

A taxação, que prevê imposto de 20% para compras internacionais de até US$ 50 e de 60% para valores superiores, provocou retração dramática no segmento internacional dos Correios. A receita despencou de R$ 2,1 bilhões entre janeiro e junho de 2024 para apenas R$ 815 milhões no mesmo período de 2025, uma queda de quase 62%. A ganância do governo transformou-se em asfixia para a empresa pública, corroendo receitas vitais e reduzindo sua competitividade. Mas o problema vai muito além da taxa das blusinhas.

Formados a partir da cartilha petista, na qual a estatização é um dos principais mantras, os integrantes do governo Lula são incapazes de encontrar solução para a crise. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, tentou explicar o desastre afirmando que os Correios ficariam “com o osso”, entregando cartas em regiões remotas, enquanto empresas privadas abocanhariam “o filé mignon e a picanha”. O argumento não resiste à realidade: não há monopólio, e empresas privadas atuam há décadas no setor. O ônus da universalização jamais justificaria um déficit equivalente a mais da metade do faturamento da estatal; trata-se de uma cortina de fumaça.

Igualmente alheia à realidade tem sido a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, que, no início do ano, chegou a defender a ideia de que estatais nunca apresentam déficit, apenas lucro, e que os rombos nas empresas públicas seriam “investimento”. Mais recentemente, Dweck admitiu a necessidade de cortes e aumento de receitas nos Correios, algo óbvio, ao mesmo tempo em que se apega a soluções mágicas, como permitir que estatais dependentes do Tesouro saiam do Orçamento Federal, ou recorrer a um empréstimo de R$ 3,9 bilhões junto ao Banco do Brics, presidido pela companheira petista Dilma Rousseff. Tal expediente, além de insuficiente para cobrir a magnitude do rombo, nada resolveria a origem da crise, apenas transferiria o peso para os ombros do contribuinte, expandindo a dívida pública e retardando o inevitável: a necessidade de repensar o modelo de gestão da estatal.

O que nem Haddad nem Dweck admitem é que a derrocada financeira dos Correios é fruto direto do lulopetismo, sempre disposto a usar a máquina pública em proveito próprio. Submetidas a interesses político-partidários, loteamento de cargos e disputas internas, estatais como os Correios estão fadadas ao vexame. Sintomático disso é a indefinição sobre a presidência da empresa: Fabiano Silva dos Santos entregou sua carta de demissão em julho, mas permanece no cargo, atualmente em “disputa” pelo PT e o União Brasil, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Ao insistir em manter sob domínio direto do Estado uma empresa cada vez mais deficitária, o governo impõe à sociedade um custo elevado. Muito mais racional seria permitir que a empresa seguisse o caminho da privatização. A transferência à iniciativa privada, preservando a universalidade do serviço postal ou mesmo fragmentando os serviços, seria viável para recuperar a estatal e aliviar as contas públicas. Afinal, se a iniciativa privada pode oferecer determinados produtos ou serviços, deve ser ela, e não o Estado, a fazê-lo.

Para o cidadão, pouco importa se a empresa é pública ou privada. Para o lulopetismo, porém, interessa manter os Correios presos ao estatismo ideológico, transformando a estatal, que já foi motivo de orgulho nacional, em instrumento de barganha política. Os Correios estão à beira do precipício, e o governo petista não medirá esforços para empurrá-los cada vez mais rumo ao colapso.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *