Não é nada fácil explicar que o presidente da maior superpotência do mundo se envolva nas negociações com o seu homólogo chinês para comprar o TikTok, através da Oracle. É surreal. Os EUA invocam razões de segurança nacional pelo facto de a empresa chinesa ter acesso a milhões de dados dos utilizadores. Para a China, é apenas um negócio, ficando com o tutano.
Perder tempo com isto atinge o nível do absurdo, sobretudo quando até se anuncia uma cimeira por videoconferência entre Trump e Xi, na sexta-feira. Brada aos céus. O TikTok é mais importante do que a guerra na Ucrânia ou o desastre em Gaza?
E ainda por cima, diga-se, os chineses vão continuar a utilizar o TikTok, obviamente, independentemente de onde esteja localizado o centro tecnológico. Isto não é um negócio de Estado. Se não queriam o TikTok, deveriam simplesmente proibi-lo nos EUA e na Europa, e não chegar a esta fórmula que envolve milhares de milhões de dólares.
Quem é que vai injetar o dinheiro para a Oracle ficar com a gigante rede social? Vão os dois países geri-la em conjunto? Para a China aceitar este arranjo, é porque já tem tudo o que quer. Isto não é uma compra, nem uma venda, mas uma trapalhada entre duas superpotências. Ridículo tanto aparato e tantos foguetes. E como dois chefe de Estado perdem um minuto com este negócio.
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