O governo de Israel disse nesta quarta-feira (10) que “agirá contra seus inimigos em todos os lugares” após o ataque contra a liderança política do Hamas no Catar. A declaração é um desafio à condenação internacional à ofensiva militar e à rara repreensão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Tel Aviv.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Karz, afirmou em entrevista que o país continuará atacar o Hamas, inclusive no exterior. “A política de segurança de Israel é clara – o braço longo de Israel agirá contra seus inimigos em todos os lugares”, disse ele. “Não há lugar para eles se esconderem”.
A declaração ocorre após Trump ter afirmado ontem que ficou “muito insatisfeito em todos os aspectos” com os ataques no Catar, um importante aliado regional dos EUA. Seis pessoas morreram – cinco deles membros do grupo palestino. Khalil al-Hayya, o principal negociador do Hamas, e Zaher Jabarin, do alto escalão do braço político do grupo palestino, seriam os alvos da ação, mas sobreviveram.
Katz afirmou que o Hamas e Gaza “serão destruídos” se o grupo palestino não concordar com os termos de Israel sobre o fim do conflito no enclave, que incluem a rendição do Hamas e a libertação de todos os reféns feitos nos ataques a Israel em outubro de 2023.
Já o embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, afirmou à emissora americana “Fox News” que o país terá sucesso em um eventual próximo ataque à liderança do Hamas. “Se não conseguimos desta vez, conseguiremos da próxima“, disse Leiter. “Neste momento, podemos estar sujeitos a um pouco de crítica. Eles vão superar isso. E Israel está mudando para a melhor”, afirmou.
Uma autoridade de alto escalão israelense disse na quarta-feira que o otimismo sobre os resultados do ataque se transformou em dúvida. O fato de já ter passado tantas horas sem uma conclusão clara é preocupante, segundo a autoridade.
O Catar, que afirmou que um de seus membros de segurança foi morto no ataque, disse que Israel é traiçoeiro e está envolvido em “terrorismo de Estado”.