Erupções solares são explosões de energia que ocorrem na superfície do Sol. Em segundos, essas erupções lançam no espaço uma enorme quantidade de partículas e radiação, podendo ser várias vezes maiores do que a própria Terra. Apesar de não afetarem diretamente a superfície terrestre, esses eventos representam riscos reais para satélites, equipamentos eletrônicos e até astronautas em missões espaciais.
Entender a temperatura e o comportamento dessas erupções é essencial para melhorar os sistemas de proteção e alerta, algo que afeta desde a indústria aeroespacial até operações críticas de comunicação e navegação via satélite.
O que o novo estudo descobriu?
Cientistas da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, publicaram uma pesquisa na revista Astrophysical Journal Letters que desafia suposições antigas sobre o calor gerado por essas erupções.
Até agora, os cientistas estimavam as temperaturas com base no aquecimento de elétrons, que são partículas muito leves e comuns no plasma solar. A nova análise, porém, mostra que os íons, partículas mais pesadas e carregadas, podem atingir temperaturas muito mais altas, mostra o site ScienceAlert.
Segundo os cálculos atualizados, as erupções solares podem chegar a 180 milhões de graus Fahrenheit (aproximadamente 100 milhões de graus Celsius), o que é mais de seis vezes acima do estimado anteriormente.
Por que essa descoberta é importante?
Essa diferença de temperatura muda a forma como os cientistas entendem a dinâmica das erupções solares. James Drake, físico da Universidade de Maryland, afirma que, por muito tempo, a ciência solar se concentrou apenas nos elétrons. Mas, segundo ele, isso deixava de fora uma parte crítica do processo, disse entrevista ao podcast Short Wave, da NPR.
Com essa nova abordagem, torna-se possível entender melhor como a energia do Sol é distribuída durante uma erupção. Isso pode ajudar a prever o impacto desses eventos com mais precisão e, futuramente, aperfeiçoar os sistemas que protegem satélites, redes elétricas e astronautas.
Embora ainda seja um estudo teórico, os resultados abrem caminho para novas medições e experimentos. Agora que os pesquisadores sabem que os íons podem atingir temperaturas tão altas, telescópios e sondas espaciais poderão ser ajustados para detectar essas variações, algo que não era considerado até então.
No médio prazo, essa nova compreensão pode levar à criação de modelos mais precisos sobre como essas erupções afetam o ambiente espacial próximo à Terra. Isso tem impacto direto em setores como telecomunicações, aviação, defesa e monitoramento climático, que dependem de dados precisos de satélite.
Apesar de parecer estável a olho nu, o Sol é uma estrela ativa e complexa. Seu comportamento influencia todo o Sistema Solar, inclusive a Terra. O estudo recém-publicado é mais uma peça no quebra-cabeça de como funcionam os fenômenos solares.