As supernovas estão entre os eventos mais violentos e impressionantes do universo. Essas explosões marcam a morte de estrelas massivas e liberam energia suficiente para ofuscar uma galáxia inteira por semanas. Mas, além do espetáculo cósmico, cientistas alertam: se uma supernova ocorrer perto demais da Terra, as consequências podem ser devastadoras para a vida no planeta.
Uma nova pesquisa publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society sugere que duas grandes extinções em massa da história da Terra podem estar ligadas a explosões estelares ocorridas a “apenas” 65 anos-luz de distância.
Durante a agonia de uma estrela gigante, a explosão final espalha elementos químicos pesados, fundamentais para a formação de novos planetas e até da própria vida. Mas a mesma força criadora pode se tornar letal.
Segundo a equipe liderada por Alexis Quintana, da Universidade de Alicante, e Nick Wright, da Universidade de Keele, supernovas próximas poderiam ter destruído a camada de ozônio terrestre. Sem essa proteção, radiação ultravioleta em excesso atingiria a superfície, levando a uma cadeia de eventos fatais.
As extinções misteriosas
Os pesquisadores apontam dois momentos críticos:
- Ordoviciano Tardio (445 milhões de anos atrás) – quando cerca de 85% das espécies marinhas desapareceram;
- Devoniano Tardio (372 milhões de anos atrás) – marcado pelo colapso de ecossistemas aquáticos e terrestres em formação.
Ambas as extinções ocorreram sem causas totalmente explicadas. A hipótese agora é que uma supernova próxima desencadeou glaciações e desequilíbrios ambientais que culminaram nesses colapsos.
A busca por provas
Ainda não existem evidências diretas de que uma supernova provocou esses eventos. Cientistas defendem a procura por “assinaturas cósmicas”, como o ferro-60, um isótopo raro produzido em supernovas e preservado em rochas sedimentares. Descobertas assim seriam o equivalente ao “irídio” que revelou a queda do asteroide responsável pela extinção dos dinossauros.