Encontro definiu criação de cartilha para cobrar melhorias no saneamento básico
Preocupados com a poluição que atinge rios do Pantanal, ribeirinhos apresentaram suas demandas em reunião online com a equipe do SOS Pantanal. Eles querem entender melhor as leis e seus direitos relacionados ao uso da água.
Ribeirinhos do Pantanal expressaram preocupação com a poluição dos rios durante uma reunião online com a equipe do SOS Pantanal. Eles buscaram mais informações sobre direitos relacionados ao uso da água e ao saneamento básico. O encontro, parte do projeto Águas que Falam, discutiu desafios locais e resultados de um ano de monitoramento da qualidade da água, que apontou altos índices de contaminação.Como encaminhamento, será produzida uma cartilha para orientar as comunidades sobre como cobrar ações do poder público. Além disso, os dados serão levados a comitês de bacias hidrográficas para ampliar a participação nas decisões sobre preservação. A falta de saneamento básico e os impactos na saúde e nas atividades locais foram destacados como problemas urgentes.
O encontro faz parte das ações do projeto Águas que Falam, que desenvolve atividades de monitoramento da qualidade dos rios e de educação ambiental na região.
Recentemente, a SOS Pantanal divulgou resultados de uma pesquisa que apontou altos índices de poluição nos rios pantaneiros, com contaminação por nitrato e fosfato, baixa oxigenação e turbidez elevada.
Os moradores relatam cheiro forte, espuma e água barrenta, além de diarreia, problemas de pele e distúrbios gastrointestinais, possivelmente ligados ao consumo da água contaminada.
Cartilha sobre direitos
Segundo a bióloga Daniella França, coordenadora de Programas de Conservação da SOS Pantanal, o encontro contou com representantes de 13 das 14 comunidades envolvidas no projeto.
Entre os pedidos feitos pelos participantes estão: mais encontros de diálogo, inclusão em discussões políticas, produção de materiais educativos e maior clareza sobre os direitos relacionados à água potável e ao saneamento.
Durante a reunião, realizada no fim de semana, também foram apresentados os resultados de um ano de coleta de dados. Os moradores destacaram desafios locais e expressaram seus anseios para o futuro do projeto, principalmente sobre governança hídrica.
Providências
Como encaminhamento, ficou definido que será produzida uma cartilha com orientações sobre como cobrar do poder público ações para melhorar o saneamento básico. O material reunirá as principais demandas levantadas no encontro.
Outra decisão foi levar os resultados para discussão em comitês de bacias hidrográficas e divulgar publicamente os dados, ampliando a participação das comunidades nas decisões sobre a preservação da água no Pantanal.
Poluição dos rios
Além da poluição, as comunidades enfrentam a falta de saneamento básico. Muitas famílias ainda bebem água diretamente do rio ou dependem de caminhões-pipa e poços artesianos. Comunidades indígenas, quilombolas e turísticas relatam impactos semelhantes, prejudicando saúde e atividades como pesca e turismo.
O excesso de nutrientes favorece a proliferação de algas e altera a biodiversidade aquática. O projeto já instalou uma central de potabilização na Aldeia Mãe Terra, mas outras localidades, como Passo do Lontra, ainda aguardam soluções.