A aguardada sequência Anônimo 2 chega aos cinemas trazendo de volta Bob Odenkirk no papel de Hutch Mansell, em um filme que abraça ainda mais a pancadaria e ação desenfreada. Dirigido agora por Timo Tjahjanto, conhecido por obras como A Noite nos Persegue, o longa deixa claro desde o início que a intenção não é surpreender como no primeiro filme, mas sim entregar um espetáculo de violência e mortes criativas.

Anônimo 2 é uma continuação direta e sem muitas surpresas
O primeiro Anônimo (2021) foi lançado em meio à pandemia e conquistou espaço principalmente pelo baixo orçamento, marketing boca a boca e boa recepção em streaming. Agora, sem esse elemento surpresa, a sequência mergulha de vez na carnificina. Hutch, em uma tentativa de salvar o casamento, leva a família para um parque decadente de sua infância, mas descobre que o local é fachada para o império criminoso de Lendina, vivida por Sharon Stone. O que seria um passeio nostálgico rapidamente se transforma em um banho de sangue com muita cor e diversão.
O grande trunfo do longa é novamente Bob Odenkirk, que aos 62 anos mostra fôlego impressionante para liderar um filme de ação. O ator consegue transitar entre a seriedade e a paródia de seu próprio personagem, reforçando o carisma que já havia conquistado no primeiro filme. O problema é que o restante do elenco — incluindo Connie Nielsen como Becca, fica sem espaço para balancear os momentos pessoais e familiares que, em tese, eram pra impulsionar o filme. Os personagens secundários, o vovô, o irmão, somem e voltam de repente, servindo de apoio para Odenkirk continuar brilhando.
Muito dessa mudança também é apoiada pela troca direção, agora com Tjahjanto, que recebe o maior orçamento da carreira e usa bastante o CGI para mergulhar em explosões e planos de fundo. O resultado é um híbrido que entrega boas cenas de luta, mas sem o impacto visceral que se esperava de seu estilo, visto já em A Noite nos Persegue e Assassinos.

Anônimo 2 vale a pena?
Anônimo 2 flerta com a estética dos filmes de ação dos anos 80, mas não consegue inovar além da repetição de uma fórmula já bastante conhecida e feita com competência. Se no primeiro longa havia uma camada de reflexão moral sobre violência, nesta sequência tudo é deixado de lado em prol da contagem de corpos. O longa se assume como um parque de diversões sangrento, pensado exclusivamente para quem quer ver Bob Odenkirk eliminando inimigos da forma mais criativa possível.
Anônimo 2 é um filme feito sob medida para os fãs do protagonista. Violento, ágil e que vai direto ao ponto, mas se limita no desenvolvimento dos seus outros personagens. A presença de Sharon Stone é desperdiçada em uma vilã caricata até demais e o coração da trama, que seria o resgate do casamento de Hutch e Becca, fica sobreposto aos corpos caídos no chão. Ainda assim, a energia de Odenkirk garante a vida da franquia e todo entretenimento deve ser suficiente para levar o estúdio a apostar em um inevitável Anônimo 3, dessa vez, sem burnout.
Confira também: Corra que a Polícia Vem Aí (2025): Liam Neeson surpreende em uma das melhores comédias do ano
Siga também A Odisseia no Instagram