Um caso de peste negra foi confirmado em South Lake Tahoe, cidade da Califórnia, Estados Unidos, nesta quinta-feira (21). O paciente permanece em tratamento domiciliar e, segundo o Departamento de Saúde Pública estadual, a contaminação ocorreu provavelmente após a picada de uma pulga.
As autoridades locais explicam que a bactéria circula naturalmente em áreas de maior altitude no estado, o que desperta preocupação entre os moradores.
“É importante que as pessoas tomem precauções para si mesmas e para seus animais de estimação quando estiverem ao ar livre, especialmente ao caminhar, fazer trilhas ou acampar em áreas onde há roedores silvestres”, alerta Kyle Fliflet, diretor interino de Saúde Pública do condado de El Dorado.
O que é a peste bubônica?
A peste bubônica, conhecida também como peste negra, é provocada pela bactéria Yersinia pestis. No século XIV, a doença matou entre 75 e 200 milhões de pessoas, cerca de metade da população dos continentes europeu, asiático e africano.
O nome está ligado ao escurecimento dos tecidos de partes do corpo, como mãos e pés, em razão da gangrena. Hoje, embora menos comum e menos letal, ainda causa registros esporádicos.
Epidemias ao longo da história
Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostram que a peste chegou aos Estados Unidos em 1900, trazida por navios infestados de ratos. A última epidemia urbana ocorreu em Los Angeles, entre 1924 e 1925.
Desde então, a bactéria migrou de ratos urbanos para roedores silvestres, estabelecendo-se em regiões do Oeste, como a Califórnia. A transmissão para humanos ocorre quando pulgas infectadas após contato com animais — como esquilos — picam pessoas.
Animais domésticos, como cães e gatos, também podem carregar pulgas contaminadas. A recomendação dos especialistas é evitar contato com roedores e manter os bichos de estimação afastados de áreas de risco.
Sintomas e monitoramento
Os sintomas surgem até duas semanas após a exposição. Febre, fraqueza, náusea e inchaço nos linfonodos estão entre os sinais. O tratamento é feito com antibióticos, que são eficazes se administrados cedo.
Entre 2021 e 2024, foram registrados 41 esquilos expostos à bactéria. Em 2025, outros quatro animais testaram positivo. Desde os anos 2000, a média anual nos EUA é inferior a dez casos em humanos.
No Brasil, o último caso confirmado em humanos ocorreu em 2005, no município de Pedra Branca, Ceará. Apesar disso, áreas do Nordeste permanecem em vigilância devido à possibilidade de circulação da bactéria em roedores silvestres.