As nove vítimas da explosão em uma fábrica de explosivos de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, foram oficialmente identificadas pelas forças de segurança do Paraná. A explosão que atingiu a Enaex Brasil no último dia 12 deixou outras sete pessoas feridas.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), a confirmação das identidades foi possível graças à atuação das equipes da Polícia Científica, responsáveis pela identificação genética de vestígios, e da Polícia Civil, que atuou por meio da papiloscopia na análise de impressões digitais.
“Desde o primeiro momento, todos os esforços foram concentrados para garantir uma identificação precisa e respeitosa das vítimas, utilizando o que há de mais avançado em tecnologia e perícia”, afirma o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira. “Nosso compromisso é com a verdade, transparência e, acima de tudo, com o acolhimento das famílias. Seguimos empenhados para esclarecer todos os detalhes dessa tragédia.”
Coleta de mil vestígios
Segundo o órgão, cerca de 1 mil vestígios das vítimas foram localizados pelas equipes durante as buscas, os quais foram analisados pelos laboratórios da Polícia Científica e pela Polícia Civil. A identificação das vítimas seguiu o protocolo internacional de Disaster Victim Identification (DVI), reconhecido pela metodologia científica em situações de múltiplas vítimas.
A Banda B mostrou, dois dias após a explosão, que a Polícia Científica recorreu ao DVI, procedimento voltado para situações em que os corpos não estão íntegros e que permite a individualização de cada vestígio encontrado, para identificar as vítimas. Segundo a Sesp, não houve necessidade de apoio de equipes de outros estados para identificar as nove vítimas.
A operação envolveu aproximadamente 80 profissionais da Polícia Científica. Enquanto equipes de antropologia trabalhavam no local da explosão, outros profissionais faziam a separação das amostras biológicas. Os laboratórios de genética concentraram-se exclusivamente neste caso. Para agilizar a identificação, os perfis genéticos dos familiares foram inseridos no sistema.
“Diante da complexidade do cenário, os trabalhos exigiram coleta minuciosa de vestígios e a integração de diferentes equipes forenses, garantindo rigor técnico e celeridade no processo”, destaca Leonel Letnar, chefe da Divisão Operacional da Polícia Científica do Paraná. “Essa integração permitiu que as identificações fossem concluídas em cerca de 10 dias, um tempo rápido diante da complexidade da ocorrência”.
As investigações
A apuração sobre as causas da explosão segue em andamento e está sendo conduzida pela Delegacia de Quatro Barras. Paralelamente, diz o governo paranaense, as equipes especializadas continuam prestando suporte psicológico e assistência às famílias das vítimas, que também participaram de uma reunião para atualização das informações e orientações sobre os próximos passos.
“Com a conclusão da identificação das vítimas, os esforços passam agora a se concentrar no esclarecimento das causas da explosão”, afirmou a Sesp.
Quem são as vítimas
A empresa Enaex Brasil já havia divulgado a lista com os nomes das nove vítimas da tragédia ocorrida na fábrica em Quatro Barras. Três mulheres e seis homens perderam a vida no incidente. Veja a lista abaixo:
“É muito triste para gente, muito pesado isso. A equipe de RH está trabalhando na comunicação direta com os familiares”, disse Daniel Oliveira, diretor da empresa.