Em Entre Ríos, começarão a implementar uma técnica inovadora para descontaminar dois riachos em Gualeguaychú: plantas para limpar o solo e água contaminados.
Trata-se de um projeto de fitorremediação, que será colocado em prática em El Cura e Gaitán. Busca-se aplicar soluções baseadas na natureza para melhorar a qualidade ambiental de ambos os cursos de água.
Na quinta-feira passada, funcionários da Subsecretaria de Ambiente e Segurança Alimentar tiveram uma jornada de trabalho com especialistas do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia, incluindo Patricia Marconi e Laura Decabo.
Também participaram pesquisadores do CONICET, da Fundação Azara, do Museu Paleontológico, o secretário de Extensão da Faculdade de Bromatologia da UNER, José Dorati, e o responsável pelas Áreas Naturais Protegidas, Juan Solari.
Durante o encontro, avançaram no design e na implementação de um projeto de fitorremediação nos riachos El Cura e Gaitán, com o objetivo de aplicar soluções baseadas na natureza para melhorar a qualidade ambiental desses cursos de água na cidade de Gualeguaychú.
Como funciona a fitorremediação: uma solução natural e sustentável com base em plantas para limpar o solo
A fitorremediação é uma técnica que utiliza certas plantas para limpar solos e águas contaminadas.
Essas espécies têm a capacidade de absorver, acumular, metabolizar ou estabilizar diferentes contaminantes, incluindo metais pesados, compostos orgânicos e derivados de petróleo.
Segundo os especialistas, trata-se de uma alternativa sustentável, de baixo custo e especialmente eficaz em casos de contaminação moderada.
Ciência, investigação e gestão local em aliança
A proposta integra o conhecimento acadêmico e científico com a experiência dos organismos locais, em uma abordagem participativa e integral.
Esse tipo de articulação interinstitucional reforça as alianças estratégicas entre universidades, centros de pesquisa, museus e autoridades locais, com o propósito de gerar soluções inovadoras e sustentáveis para o cuidado dos recursos naturais de Gualeguaychú.
O projeto de fitorremediação nos riachos El Cura e Gaitán se destaca como uma ferramenta-chave para recuperar a qualidade da água, proteger a biodiversidade e fortalecer a relação entre a ciência e a gestão ambiental na região.
Contaminação nas águas: o drama já presente na Argentina
Embora nos casos mencionados de Gualeguaychú os níveis de contaminação sejam moderados, com base em análises e dados divulgados, é crucial agir a tempo.
Caso não sejam abordadas questões relacionadas ao estado dos cursos de água, pode resultar em situações extremas e muito perigosas. Um recente estudo científico revelou um dados alarmantes sobre a contaminação por metais pesados na Argentina.
Os perigos da contaminação por metais pesados.[/caption>
Até 1400 milhões de pessoas vivem em áreas afetadas, onde há presença de arsênio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, níquel e chumbo.
Isso pode representar um risco significativo para a saúde e o meio ambiente em que vivem. Foi o que relatou um artigo publicado na semana passada na revista Science. Os autores analisaram uma base de dados global sobre contaminação do solo por esses minerais em 796.084 pontos de amostragem para 1493 estudos regionais.
Quais são os metais pesados mais presentes
Em minerais, o cádmio é o metal pesado mais difundido nos solos do planeta. Especialmente na Ásia meridional e oriental, partes do Oriente Médio e África.
O níquel, cromo, arsênio e cobalto também ultrapassam os limites de segurança em várias regiões, em grande parte devido a uma combinação de fontes geológicas naturais e atividades humanas que os geram, como mineração e indústria.