A Câmara da Mêda pede ao Governo que declare a situação de calamidade neste concelho do distrito da Guarda, face «ao desastre» provocado pelos incêndios que deflagraram esta semana e continuam ativos.
«Mêda foi subtraída de um enorme potencial florestal, vinícola e agrícola. É preciso que o Governo declare a situação de calamidade para o nosso território e crie mecanismos de apoio diretos aos nossos agricultores, empresários e sociedade civil em geral», defendeu o vice-presidente da Câmara, César Figueiredo.
O fogo entrou no território do município de Meda na quarta-feira, vindo do concelho de Trancoso. Muito críticos, o autarca afirmou que o concelho foi «esquecido» durante três dias. «Investem-se milhões na Proteção Civil e nós ficámos com os tostões, que é o que temos agora», lamentou, adiantando que a Câmara Municipal já começou a apurar os prejuízos causados pelas chamas para os munícipes serem «rapidamente» compensados, «com apoios objetivos, concretos».
«As pessoas estão fartas de subsídios e os políticos, em Lisboa, têm que perceber que esta gente precisa de ajuda já, porque o futuro avizinha-se dramático para muitos medenses», assegurou César Figueiredo, que também é proprietário agrícola e produtor vitivinícola, referindo que «muita gente perdeu o que amealhou durante toda a vida, ficou absolutamente sem nada, sem vinhas, pastos, olivais, animais, alfaias agrícolas e outros bens».