Casos já foram registrados em pelo menos três províncias do país

15 ago
2025
– 22h38

(atualizado às 22h49)

Resumo
Subiu para 100 o número de mortes na Argentina devido a lotes de fentanil contaminados por bactérias, gerando uma grave crise de saúde pública com investigações em andamento e disputa política entre governo e oposição.




Fentanil contaminado: analgésico já matou 100 pessoas na Argentina; entenda caos

Fentanil contaminado: analgésico já matou 100 pessoas na Argentina; entenda caos

Foto: Douglas Sacha / Getty Images

Subiu para 100 o número de vítimas dos lotes de fentanil medicinal contaminados, na Argentina. A informação foi confirmada pelo governo do país na quinta-feira, 14. A crise na saúde vem acontecendo há cerca de quatro meses. De acordo com as investigações, os medicamentos foram distribuídos em pelo menos oito hospitais e centros de saúde. 

Fentanil é um opióide sintético, ou seja, fabricado em laboratório, usado originalmente como analgésico e anestésico. A substância é aproximadamente 100 vezes mais potente que a morfina e 50 vezes mais potente que a heroína, por isso, é utilizado frequentemente para propósito médico, tanto para analgesia de curta duração durante o período anestésico ou quando necessário no período pós-operatório.

O que causou as mortes

A principal suspeita das autoridades é a administração de fentanil contaminado por bactérias à pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A linha de investigação surgiu após o Hospital Italiano de La Plata, onde os primeiros casos foram registrados, ter apresentado uma denúncia no tribunal federal. 

De acordo com a instituição, a suspeita foi fruto de uma investigação interna para apurar um comportamento clínico incomum por parte do medicamento, segundo informações do La Nación.

Foram encontradas duas bactérias chamadas Klebsiella pneumoniae produtora de metalo-beta-lactamase (MBL) e Ralstonia pickettii no opióide produzido pelo laboratório HLB Pharma, cujo hospital tinha adquirido um lote com 10 mil ampolas de 5 ml por meio da farmácia Nueva Era. 

Onde os casos foram registrados 

Os primeiros casos foram registrados em março, em La Plata. Após mais de uma dúzia de parentes das vítimas terem começado a protestar e denunciar o caso, em maio, casos semelhantes começaram a surgir em Buenos Aires e nas províncias de Santa Fé, Formosa e Córdoba, segundo informações do juíz responsável pelo processo, Ernesto Kreplak ao La Nación

Como estão as investigações

Após a denúncia do Hospital Italiano ter sido aceita, foram encontrados bactérias nos estoques do laboratório HLB Pharma. A administração foi proibida e a produção interrompida. Kreplak afirmou em uma entrevista recente que está aguardando laudos periciais decisivos. O objetivo principal da investigação é apurar como ocorreu a contaminação.

A expectativa é que pelo menos dois lotes foram contaminados. O presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, Pablo Yedlin, alertou que quase 40 mil ampolas devem ter sido administradas no país. Cerca de 100 mil foram recuperadas. “É uma situação gravíssima”, enfatizou o parlamentar na quinta-feira, 14, à imprensa argentina. 

O que a empresa alega 

A HLB Pharma negou as acusações. De acordo com eles, tudo foi “uma armação da mídia”. “Todos os prontuários médicos mostram que os pacientes tinham outras bactérias mais perigosas, pessoas com problemas graves”, disse Ariel García Furfaro ao jornal argentino Clarín.

O que diz Milei

O presidente argentino, Javier Milei, acusou os apoiadores da ex-presidente Cristina Kirchner de acobertar o dono do laboratório responsável pela produção do medicamento. Em um discurso, ele afirmou ainda que aqueles que votam na opositora foram contaminados com “parasitas mentais” e que as pessoas de bem não podem deixá-los escapar “impunes”.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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