O texto de um novo projeto de tratado sobre a poluição por plásticos apresentado, nesta quarta-feira 13, na assembleia plenária da ONU em Genebra, foi imediatamente rejeitado por vários países e duramente criticado pelas ONGs, especificamente por não mencionar restrições à produção de plástico virgem.
A trinta horas do final previsto para as negociações conduzidas durante quase três anos sobre este tema, os delegados de Colômbia, Chile, México, Panamá, Canadá e a União Europeia consideraram que o texto redigido pelo diplomata que preside os debates, Luis Vayas Valdivieso, é “inaceitável”.
As ONGs que acompanhavam as conversas também manifestaram sua oposição. O rascunho é um “presente para a indústria petroquímica e uma traição à humanidade”, considerou Graham Forbes, chefe da delegação do Greenpeace.
Para o representante do Chile, este texto está “claramente desequilibrado”, já que “tudo é rebaixado ao âmbito nacional e o texto não cria nenhum espaço de cooperação internacional para combater a poluição por plásticos“.
Por sua vez, o Conselho Internacional de Associações Químicas (ICCA) não emitiu nenhuma opinião sobre o rascunho. “Nossa indústria segue comprometida em apoiar um acordo que ajude a acabar com a poluição por plásticos e incentivamos os governos a continuarem trabalhando para finalizar um acordo”, afirmou.
“Se o desejo de alcançar um acordo perfeito tiver como consequência sair de Genebra sem acordo, o mundo terá perdido a melhor oportunidade que já teve para enfrentar a poluição por plásticos em escala global”, indicou a entidade em um breve comunicado enviado à AFP.