Palco do desastre com uma van de fiéis que comoveu a comunidade de Nova Ponte (MG), na Região do Triângulo, com quatro mortes e 16 feridos, a MGC-452 é a oitava rodovia estadual que mais mata em Minas Gerais e a sexta mais letal (veja tabela abaixo).

É o que mostra levantamento da reportagem do Estado de Minas sobre ocorrências de trânsito registradas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de 2022 (ano de maior abertura da pandemia do novo coronavírus) até o mês de junho de 2025.

No acidente em questão, a van com religiosos de Nova Ponte colidiu, no fim da noite de sábado (09/08), de frente com um automóvel VW T-Cross, na altura do km 444, entre Uberlândia e Uberaba. Testemunhas disseram que o carro invadiu a contramão.

Morreram um ocupante do carro de passeio e três da van, entre eles mãe e filho. No total, 16 pessoas ficaram feridas e foram atendidas em diversas unidades médicas de Uberlândia.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a criança tinha 4 anos e a sua mãe se chamava Bruna, de idade não identificada. O motorista da van que conduzia os religiosos era idoso e se chamava Josias, mas não se sabe ainda a sua idade. O condutor do carro tinha pouco mais de 40 anos e se chamava Cláudio.

Rodovias estaduais mais perigosas, segundo a Sejusp:

  • 1º: MGC-135, com 2.164 acidentes e 171 mortos
  • 2º: MGC-120, com 1.611 sinistros e 80 vítimas fatais
  • 3º: MGC-491, com 1.170 incidentes e 54 óbitos
  • 4º: MGC-418, com 1.025 ocorrências e 32 falecimentos
  • 5º: MGC-497, com 937 colisões e 33 perdas de vidas
  • 6º: MGC-122, com 904 registros e 38 fatalidades
  • 7º: MGC-259, com 863 desastres e 52 vidas ceifadas
  • 8º: MGC-452, com 785 eventualidades e 37 baixas
  • 9º: MGC-265, com 605 casualidades e 35 mortes
  • 10º: MGC-267, com 554 sinistros e 33 vítimas fatais

Só de 2024 a 2025, foram 20 mortes na MGC-452. Entre 2022 e 2025, foram 37 registros. Mais mortais que a estrada estão a rodovia MGC-135, com 171 óbitos no mesmo período, MG-050 (150), MGC-120 (80), MG-010 (58), MGC-491 (54), MGC-259 (52), MGC-122 (38). Abaixo, a MGC-265 (35) e a MGC-497 (35).

Se forem observados os acidentes registrados em ocorrências e as mortes, a MGC-452 passa para a sexta posição entre as mais críticas, com uma pessoa perdendo a sua vida a cada 21 acidentes graves o suficiente para serem registrados. À frente ficam a MGC-135, com uma vítima a cada 12,6 ocorrências, MGC-259 (1/16,5), MGC-267 (1/16,7), MGC-265 (1/17) e MGC-120 (1/21).

Os principais motivos de acidentes identificados pelas autoridades estaduais nas ocorrências com mortes da MGC-452 foram a falta de atenção, com nove registros, ultrapassagem forçada ou proibida, com seis, e trafegar pela contramão, com cinco.



Local do acidente e a origem e destino dos religiosos na MGC-452 Google Earth/Reprodução

Qual foi a a dinâmica do acidente?

O segmento onde ocorreu o acidente fica entre os municípios de Uberaba e Uberlândia, parte do trajeto de 83 quilômetros que os religiosos deveriam percorrer para regressar a Nova Ponte.

Trata-se de uma pista de asfalto em boas condições e bem sinalizada, em pista simples e sem separação por obstáculos físicos das vias contrárias, contando com acostamentos nos dois lados e sarjetas de drenagem ao longo de todo trecho.

Um dos estímulos à imprudência é a soma de tráfego considerável de veículos de cargas lentos, a falta de áreas de ultrapassagem e a geometria de muitas retas que podem levar a ultrapassagens arriscadas.

O acidente ocorreu quase em frente às cercas de madeira de uma fazenda de gado na vereda do Córrego Potreiro, a cerca de sete quilômetros da área urbana do distrito de Tapuirama (Uberlândia) e a 11 quilômetros da ponte sobre o Rio Claro (Nova Ponte).

A reconstituição dos últimos 900 metros da viagem pela rodovia mostram cenários que indicam que a van estava subindo e o carro de passeio descia.

O veículo de transporte de passageiros seguia depois de trechos de descidas em curvas e iniciou uma subida em faixa contínua de 350 metros até o ponto do choque contra o carro.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Já o VW T-Cross seguia de longa reta em subida, sem pontos de ultrapassagem no seu sentido por 350 metros e tinha começado a descer cerca de 150 metros até o ponto da colisão.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *