Um estudo recente revelou uma possível evolução acelerada nos cães que vivem na Zona de Exclusão de Chernobyl, ao longo de quase 40 anos desde o desastre nuclear ocorrido em 1986.
Os animais, deixados por moradores evacuados, formaram populações isoladas no ambiente radioativo. Assim, cientistas estão investigando como a exposição à radiação e outros fatores ambientais podem estar moldando geneticamente essas populações.
Impacto genético na zona de exclusão
Na vasta área de 2.700 km² conhecida como Zona de Exclusão, onde o acesso humano é restrito, os cães de Chernobyl desenvolvem características genéticas únicas.
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul analisaram o genoma de 302 cães, constatando grupos geneticamente distintos entre os que vivem perto do reator e aqueles em áreas urbanas próximas. A diferença genética entre esses grupos é marcante e sugere adaptações específicas ao ambiente hostil.
Genética e adaptação ao ambiente tóxico
Um conjunto de 52 genes, observados nos cães de Chernobyl, está relacionado a funções celulares como resposta imunológica e reparo de DNA.
Essas mutações não indicam apenas a capacidade de adaptação dos animais à radiação, mas também a influência de outros poluentes ambientais, como metais pesados. O fenômeno sugere que os cães estão sob uma pressão de seleção natural, favorecendo os mais adaptados a sobreviver.
Oportunidades de pesquisa e questões em aberto
Os estudos genéticos realizados em Chernobyl oferecem uma chance única de entender como mamíferos se adaptam a condições extremas. As descobertas ressaltam adaptações que podem fornecer resistência a doenças, como o câncer.
No entanto, o impacto das mutações sobre a saúde a longo prazo dos cães ainda levanta questionamentos. Além disso, a pesquisa busca extrapolar esses resultados para compreender possíveis implicações em outras espécies, incluindo os seres humanos.