Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
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Um estudo divulgado nesta quinta-feira (31) revelou que 19 afluentes da Bacia do Rio Piracicaba apresentam índices de coliformes fecais acima do permitido pela Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A análise faz parte da segunda etapa de um diagnóstico ambiental conduzido por pesquisadores de diversas áreas.
Saiba Mais:
Coliformes fecais são bactérias presentes no sistema digestivo de seres humanos e animais de sangue quente. Sua presença na água indica contaminação por esgoto e oferece riscos à saúde pública.
Foram avaliados 22 pontos da bacia hidrográfica. Apenas três apresentaram níveis dentro dos limites estabelecidos: Ribeirão das Palmeiras, Ribeirão Pau d’Alho e a Represa de Barra Bonita.
Segundo a promotoria do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), a principal causa da contaminação é a ausência de tratamento adequado de esgoto por parte dos municípios da região. Ele defendeu a adoção de sistemas mais eficientes por parte das administrações locais.
Confira abaixo os corpos d’água que apresentaram os maiores percentuais de coliformes fecais acima do limite legal:
- Ribeirão Quilombo: 2420%
- Ribeirão do Tatu: 2420%
- Ribeirão dos Toledos: 2420%
- Ribeirão Tijuco Preto: 1120%
- Ribeirão Dois Córregos: 2420%
- Ribeirão Piracicamirim: 2420%
- Ribeirão Itapeva: 2420%
- Ponte Estaiada: 1300%
- Ribeirão do Enxofre: 2420%
- Ribeirão Guamium: 2420%
- Ribeirão dos Marins: 2420%
- Ribeirão Samambaia: 2420%
O Ribeirão Quilombo foi identificado como o mais comprometido. A análise identificou 16 parâmetros fora dos padrões ambientais, incluindo coliformes fecais, fósforo e cloro. O curso d’água atravessa os municípios de Campinas, Paulínia, Sumaré, Nova Odessa e Americana.
As coletas foram realizadas da nascente do Rio Piracicaba até sua foz no Rio Tietê. As amostras foram analisadas em laboratório e complementadas por novas metodologias, como o uso de DNA ambiental para detecção de espécies presentes nos cursos d’água.
Mortandade de peixes
O estudo foi iniciado após um evento de contaminação ocorrido em julho do ano anterior, quando o lançamento de resíduos no Ribeirão Tijuco Preto causou a morte de aproximadamente 235 mil peixes. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) identificou a Usina São José, localizada em Rio das Pedras (SP), como fonte do poluente e aplicou uma multa de R$ 18 milhões. A empresa recorreu da penalidade, e o processo ainda está em andamento.
Fonte: Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba