O projeto do submarino nuclear brasileiro é considerado estratégico para a defesa nacional, pois amplia significativamente a capacidade das Forças Armadas em monitorar e proteger a extensa costa atlântica, conhecida como Amazônia Azul. A embarcação será capaz de permanecer submersa por vários meses, sem necessidade de reabastecimento, graças ao uso de combustível nuclear.
A construção do reator está sendo realizada no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Peró (SP), por técnicos civis e militares. A próxima etapa ocorrerá em Itaguaí (RJ), onde o casco do submarino será montado ao longo da próxima década.


Tecnologia nacional e vigilância intensiva
A base do funcionamento do submarino será um reator nuclear movido a urânio enriquecido, cuja tecnologia o Brasil domina há mais de 40 anos. O processo envolve converter o urânio em gás e submetê-lo à ação de centrífugas de alta rotação, em instalações sob rígido controle de segurança.
O país está entre os 13 no mundo que dominam essa tecnologia, o que exige monitoramento constante. Os laboratórios e áreas sensíveis são protegidos por militares treinados para agir contra tentativas de invasão ou incidentes de contaminação.
Além do aspecto bélico, o domínio dessa tecnologia nuclear tem impactos civis relevantes. Entre os benefícios estão a fabricação de radiofármacos para exames médicos, processos de esterilização para frutas exportadas e avanços na geração de energia elétrica.
Importância geopolítica e papel internacional
A criação do submarino nuclear também fortalece a posição diplomática do Brasil. A presença de um equipamento desse porte contribui para a candidatura brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, segundo especialistas.
O projeto integra ainda o esforço do país em cooperar com missões internacionais e proteger as rotas marítimas de comércio e abastecimento. A mobilização da indústria nacional e das universidades brasileiras no desenvolvimento do submarino traz impactos econômicos e tecnológicos significativos.
Segundo reportagem do canal SBT News, o projeto simboliza um salto tecnológico estratégico e consolida o Brasil entre as nações com maior autonomia militar do planeta.