Colapso climático. O cientista brasileiro Carlos Nobre, um dos maiores especialistas do mundo em mudanças climáticas, fez um alerta durante a estreia do podcast Futuro Vivo, lançado nesta terça-feira (29). Segundo ele, o planeta está à beira de um colapso ambiental, e os sinais já são visíveis em eventos extremos cada vez mais frequentes, como enchentes, secas severas, ondas de calor e incêndios.
“O planeta está muito na beira de um acidente, quase em colapso”, disse o climatologista, doutor pelo MIT e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências dos Estados Unidos. Nobre foi um dos autores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e participa há décadas de pesquisas que alertam para os riscos do aquecimento global.
No podcast, apresentado por Victor Cremasco, Nobre relembrou seu trabalho com o professor Jule Charney, ainda na década de 1970, quando surgiram os primeiros alertas científicos sobre a elevação das temperaturas globais. “Ele dizia que não poderíamos permitir que o planeta ultrapassasse 1,5°C de aquecimento. Hoje já atingimos essa marca”, destacou.
Segundo o cientista, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no ritmo atual, a Terra pode registrar um aumento de até 4°C na temperatura média até 2100 e entre 8°C e 10°C até 2150. “Nesse cenário, boa parte do planeta se tornará inabitável, com sobrevivência possível apenas nos polos e topos de montanhas como os Andes, os Alpes e o Himalaia”, alertou.
Amazônia em risco extremo
Nobre também demonstrou grande preocupação com a Amazônia, que segundo ele, está próxima do chamado “ponto de não retorno”, estágio em que a floresta entra em colapso irreversível e começa a se autodegradar.
“O aquecimento global está causando secas recordes na Amazônia. Antes, ocorriam a cada 20 anos. Agora, tivemos eventos extremos em 2005, 2010, 2015, 2016, 2023 e 2024”, explicou. Ele destacou que 18% da floresta amazônica já foi desmatada em toda a região, número que chega a 23% no Brasil. Outras áreas estão em diversos estágios de degradação, chegando a 30% em alguns pontos.
Apesar do cenário preocupante, Nobre defende a importância da esperança ativa, conceito que se baseia no que pode ser feito agora para evitar o pior. “O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Se perdermos a Amazônia, perdemos milhares de espécies e liberamos 250 bilhões de toneladas de CO₂ na atmosfera”, enfatizou.
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Colapso climático. O cientista brasileiro Carlos Nobre, um dos maiores especialistas do mundo em mudanças climáticas, fez um alerta durante a estreia do podcast Futuro Vivo, lançado nesta terça-feira (29). Segundo ele, o planeta está à beira de um colapso ambiental, e os sinais já são visíveis em eventos extremos cada vez mais frequentes, como enchentes, secas severas, ondas de calor e incêndios.
“O planeta está muito na beira de um acidente, quase em colapso”, disse o climatologista, doutor pelo MIT e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências dos Estados Unidos. Nobre foi um dos autores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e participa há décadas de pesquisas que alertam para os riscos do aquecimento global.
No podcast, apresentado por Victor Cremasco, Nobre relembrou seu trabalho com o professor Jule Charney, ainda na década de 1970, quando surgiram os primeiros alertas científicos sobre a elevação das temperaturas globais. “Ele dizia que não poderíamos permitir que o planeta ultrapassasse 1,5°C de aquecimento. Hoje já atingimos essa marca”, destacou.
Segundo o cientista, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no ritmo atual, a Terra pode registrar um aumento de até 4°C na temperatura média até 2100 e entre 8°C e 10°C até 2150. “Nesse cenário, boa parte do planeta se tornará inabitável, com sobrevivência possível apenas nos polos e topos de montanhas como os Andes, os Alpes e o Himalaia”, alertou.
Amazônia em risco extremo
Nobre também demonstrou grande preocupação com a Amazônia, que segundo ele, está próxima do chamado “ponto de não retorno”, estágio em que a floresta entra em colapso irreversível e começa a se autodegradar.
“O aquecimento global está causando secas recordes na Amazônia. Antes, ocorriam a cada 20 anos. Agora, tivemos eventos extremos em 2005, 2010, 2015, 2016, 2023 e 2024”, explicou. Ele destacou que 18% da floresta amazônica já foi desmatada em toda a região, número que chega a 23% no Brasil. Outras áreas estão em diversos estágios de degradação, chegando a 30% em alguns pontos.
Apesar do cenário preocupante, Nobre defende a importância da esperança ativa, conceito que se baseia no que pode ser feito agora para evitar o pior. “O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Se perdermos a Amazônia, perdemos milhares de espécies e liberamos 250 bilhões de toneladas de CO₂ na atmosfera”, enfatizou.
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