A empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda reconheceu pela primeira vez, em nota divulgada nesta terça-feira (22), a possível contaminação de suas rações por monocrotalina, substância tóxica presente em plantas do gênero Crotalaria. A contaminação estaria relacionada à morte de pelo menos 788 cavalos desde abril em Alagoas e outros oito estados brasileiros.
Segundo a companhia, análises preliminares identificaram a toxina em matérias-primas vegetais utilizadas na produção dos alimentos. A Nutratta lamentou os óbitos, suspendeu voluntariamente a comercialização da ração e anunciou um pacote de ações emergenciais, como reforço nos controles laboratoriais, revisão de fornecedores e reestruturação sanitária da fábrica.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou as investigações em 26 de maio e, desde então, suspendeu a comercialização e determinou o recolhimento de todos os produtos destinados a equídeos fabricados desde novembro de 2024. A presença da monocrotalina foi confirmada em análises laboratoriais no fim de junho.
Além dos animais mortos, outros 513 cavalos estão em tratamento e 410 seguem sob observação clínica. Os sintomas, que surgem dias após a ingestão da ração, dificultaram o diagnóstico. Foram relatados quadros de insuficiência hepática aguda, desorientação, alterações comportamentais e dificuldades motoras.
O caso afeta criadores, haras, centros de equitação e competidores de todo o país, com registros de mortes em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal, além de Alagoas, um dos mais atingidos, com mais de 60 mortes confirmadas.