O consumo de ostras na praia, um passatempo popular entre os brasileiros, tem se tornado alvo de crescentes preocupações devido aos riscos à saúde associados. No Brasil, ostras podem conter bactérias como Vibrio vulnificus e contaminantes tóxicos, como arsênio e bactérias multirresistentes. Essas questões não são novas, mas continuam a ser motivo de alerta, principalmente para pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.
Perigos dos frutos do mar
O consumo de ostras cruas pode levar à ingestão de bactérias nocivas e metais pesados. Em recente estudo, 48,3% das amostras de ostras em Santa Catarina continham potencialmente perigosas cepas de Vibrio vulnificus. Além disso, pesquisas apontam níveis de arsênio em ostras acima do limite permitido pela Anvisa em várias regiões do Brasil. A presença dessas substâncias gera preocupações específicas de saúde, especialmente quando se considera o histórico de contaminação do ambiente marinho.
Não são apenas as ostras que precisam de atenção. Outros moluscos, como mexilhões e amêijoas, também acumulam poluentes e microrganismos prejudiciais devido ao seu modo de alimentação filtradora. O norovírus, por exemplo, é um organismo que pode ser transmitido através do consumo de ostras cruas, causando gastroenterite em casos documentados mundialmente. Apesar de não haver registros específicos de surtos no Brasil associados a esse vírus via ostras, a prevenção é crucial.
Garantir que ostras e demais frutos do mar sejam adquiridos de fornecedores confiáveis é essencial para evitar contaminação. No Brasil, a vigilância sanitária deve ser redobrada, com testes rigorosos verificando níveis de arsênio e presença de bactérias multirresistentes. Cozinhar as ostras é a maneira mais segura de destruir organismos nocivos. Além disso, é necessário que haja rastreabilidade da origem e uma fiscalização mais intensa nos pontos de venda para assegurar a segurança alimentar da população.