Daniel Herrera / divulgação
Dona Geny Formolo com o retrato da irmã Graciema Formolo, uma das oito personagens da série “O Silêncio das Mulheres”

Neste 2025 em que se recordam os 80 anos do final da Segunda Guerra Mundial, um episódio bastante “apagado” da história oficial de Caxias do Sul retorna em formato de série documental. 

O Silêncio das Mulheres resgata a trajetória fragmentada de oito jovens operárias vítimas da explosão na fábrica de munições da Metalúrgica Gazola Travi, em 1943 – período em que a empresa caxiense havia sido encampada pelo Ministério da Guerra para a produção de artefatos bélicos. E o lançamento, na próxima terça, na Sala de Cinema Ulysses Geremia, reforça ainda mais a lembrança da data: o fatídico 22 de julho de 82 anos atrás.

A começar pelo título, O Silêncio das Mulheres busca ecoar o que não foi dito. Trabalha o esquecimento conferido a Graciema Formolo, Irma Zago, Maria Amanda Bohm, Tereza Morais, Odila Gubert, Anoema da Costa Lima e às irmãs Júlia e Olívia Gomes – algumas lembradas, quanto muito, por darem nomes a ruas do bairro Sagrada Família.

– A série lança luz sobre as vidas e os sonhos dessas moças, o contexto social, político e econômico da época e as camadas de dor e injustiça que ainda reverberam nas famílias – destaca o diretor e roteirista Nivaldo Pereira.

Rodrigo Lopes / divulgação
Dona Ione Zago Sachett revelou detalhes inéditos da trajetória da prima Irma Zago, uma das operárias vítimas da explosão de 1943

A produção nasce de um valioso acervo audiovisual coletado desde 2010 e expande a investigação com novos conteúdos, entrevistas e pesquisas. 

Entram aí detalhes da chegada dos caixões à Praça Dante e do funeral coletivo na Catedral Diocesana, em 23 de julho de 1943; registros junto aos túmulos no Cemitério Público Municipal e de Lourdes; fotografias até então desconhecidas das moças, as memórias traumáticas que acompanham os familiares até hoje, entre outras abordagens.

Além de analisar os acontecimentos, a série reflete sobre temas contemporâneos, como os direitos das mulheres e as condições de trabalho. 

– Em um momento em que o mundo relembra os 80 anos do fim da Segunda Guerra, “O Silêncio das Mulheres” busca não apenas recuperar uma memória apagada, mas também provocar uma reflexão sobre justiça, esquecimento e resistência – conclui Nivaldo.

Rodrigo Lopes / divulgação
O túmulo de Tereza Morais no Cemitério Público Municipal

O quê: “O Silêncio das Mulheres”, série de oito episódios de 15min cada, apresentados em sequência. Duração: 2h.
Quando: lançamento dia 22 de julho, às 19h30min. Haverá sessão extra na quarta, dia 23, às 19h30min.
:: Onde: Sala de Cinema Ulysses Geremia, junto ao Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (Rua Luiz Antunes, 312 – bairro Panazzolo – Caxias do Sul).
:: Quanto: entrada franca.

Reprodução / Divulgação
Série tem lançamento dia 22 e sessão extra em 23 de julho, no Centro de Cultura Ordovás

“O Silêncio das Mulheres” é uma produção da DH Projetos, com financiamento da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul e Secretaria Municipal da Cultura, a partir de recursos da Lei Paulo Gustavo – LPG de Caxias do Sul. Realização: Ministério da Cultura – Governo Federal.

:: Direção e roteiro: Nivaldo Pereira.
:: Produção executiva e direção de fotografia: Daniel Herrera.
:: Narração e textos: Alessandra Rech.
:: Pesquisa histórica e produção: Geni Onzi e Rodrigo Lopes.
:: Edição: Nivaldo Pereira e Rodrigo Camargo.
:: Trilha sonora: Cesar Dambros.
:: Arte: Juventino Dal Bó.
:: Acessibilidade: Lisa Susin, Rosa Casara e Tainá Borges.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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