A confirmação de influenza (gripe) aviária em Sorocaba, na sexta-feira (11), por meio de um peru infectado em um condomínio localizado entre as regiões da zona norte e industrial da cidade, tem colocado em dúvida a confiança de algumas pessoas no consumo de frango e ovos. Contudo, Paulo Blandio, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, explica que não há riscos, sobretudo porque não houve registro da doença nas granjas responsáveis pela comercialização. O caso foi relatado na edição de terça-feira (15) do Cruzeiro do Sul.
“Nas granjas produtoras de ovos e frangos, não estamos com problemas de influenza aviária, então não há esse risco para o consumo desse tipo de proteína. O problema é isolado, está bem centralizado dentro da cidade de Sorocaba e não tem qualquer ligação com granjas de produção. A situação do peru desse condomínio não tem relação com os ovos e carnes que a gente compra no supermercado ou no açougue. Não há chance de contaminação”, detalha Blandio.
Assim como o consumo dos alimentos está assegurado, o especialista destaca que, até o momento, não há relatos de infecção em humanos. Entretanto, “pessoas que tiveram contato com a ave e apresentarem sintomas gripais devem ser encaminhadas a um posto de saúde”. Para evitar a doença, não se deve tocar em aves doentes ou que apresentem tremores, dificuldade respiratória, asas caídas, comportamento desorientado ou estejam mortas. Em casos assim, deve-se ligar para o número (15) 3222-1423.
Como medida de orientação, a população que mora na região do condomínio onde o peru foi encontrado está recebendo, desde sábado (12), a visita da Vigilância Epidemiológica, em parceria com a Defesa Agropecuária do Estado, para esclarecimentos e orientações sobre como proceder. Segundo a Prefeitura, a ação teve como foco o caso específico, mas também resultará em um alerta ao público geral, a ser divulgado em todas as unidades de saúde do município, como UBSs e UPHs.
Aves silvestres
De acordo com Paulo Blandio, ainda está sendo investigado como o peru foi infectado, mas a principal suspeita é de que o vírus tenha vindo de uma ave silvestre. “Elas (as aves silvestres) também são vítimas porque pegam o vírus, adoecem e morrem. Desde 2022, já temos mais de três milhões de animais silvestres mortos por causa da influenza aviária”, relata o representante da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo.
Ele também faz um alerta: “Não recomendamos, de forma alguma, que as pessoas saiam capturando e matando essas aves, porque isso não vai resolver o problema e não é a solução ideal”.