A retirada das 40 mil toneladas de lixo, que deslizaram no córrego Santa Bárbara, em Padre Bernardo (GO), vai começar na próxima segunda-feira (21/7). A via, que tem aproximadamente 5km, foi finalizada na última sexta (11/7). A previsão é que a operação dure cerca de 45 dias, com 4 mil viagens de caminhão ininterruptas até que todo o lixo seja removido da área.

A informação foi confirmada pelo major Sayro Reis, gerente de Emergências Ambientais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad), em entrevista ao Correio. O lixo, segundo ele, será deslocado para uma área provisória, no entanto mais segura, dentro do próprio terreno do aterro. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) estuda qual será o destino final do material recolhido.

Acesso

Uma das principais entregas das ações emergenciais, segundo Sayro, foi a construção da via de acesso até o local do deslizamento. “Essa entrega vai contribuir que as comunidades vizinhas fiquem protegidas durante a operação. Foi feito um acesso por dentro da própria propriedade, e esse lixo vai retornar para a parte de cima de uma forma segura, controlada, com infraestrutura reforçada para que não haja novos deslizamentos”, afirmou o major.

De acordo com o gerente de emergências ambientais, a água acumulada, que colocava em risco o aumento do desastre, também foi drenada. “As bombas continuam operando para garantir que a água não entre em contato com o lixo e possamos conter melhor os impactos ambientais que foram muito grandes em toda essa região”, explicou Sayro.

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado entre a Semad, órgãos de controle estatais e a empresa responsável pela empresa Ouro Verde. No documento estão descritas todas as obrigações do aterro, inclusive a apresentação, na próxima sexta-feira (18/7), dos contratos com as empresas de caminhão que farão a retirada do lixo. De acordo com a pasta, a operação precisa iniciar até 21 de julho e encerrar até 15 de agosto.

Destino provisório

O major Sayro Reis destacou a urgência das ações de retirada antes do início do período chuvoso. Segundo ele, a logística para a retirada das mais de 40 mil toneladas de lixo é extremamente complexa, e o curto prazo de segurança inviabiliza o transporte para um local mais distante. “Nós não teríamos condições logísticas de transportar todo aquele material para um local definitivo. São mais de 4 mil viagens de caminhão”, explicou.

Ele também ressaltou que foram feitas tentativas junto a diversos aterros sanitários do Distrito Federal, mas todas as tratativas foram recusadas. Diante disso, optou-se por um local mais próximo para garantir que a operação ocorra dentro da janela de tempo disponível. “Essa foi a obrigação que colocamos para o empreendedor. Agora é responsabilidade dele fazer a movimentação de forma definitiva de todo aquele material que foi afetado no desastre”, ressaltou o gerente.

Estado de emergência

A situação foi definida como “derramamento de produtos químicos em ambiente lacustre, fluvial, marinho e aquífero”, que pode causar alterações nas qualidades físicas, químicas e biológicas, ressalta o decreto.

De acordo com o texto, o desastre foi classificado como de nível 2 ou de média intensidade, e autoriza a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) a tomar qualquer medida emergencial que vise a mitigação dos efeitos da tragédia.

Entre as medidas, a secretaria recebeu aval para adentrar em imóveis públicos ou privados para prestar socorro ou para determinar a evacuação das áreas atingidas, em caso de perigo iminente.

Conforme o decreto, a adoção das providências previstas não eximem os responsáveis pela empresa Ouro Verde de adotarem todas as medidas necessárias para a mitigação ou para a reparação dos danos causados.

A reportagem do Correio procurou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) sobre o destino final do lixo que desabou, mas até o fechamento dessa matéria não obteve o retorno.


DC

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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