Uma nova pesquisa do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) acendeu o sinal de alerta para quem consome biscoitos de maisena e outros ultraprocessados. Segundo o estudo, esses produtos podem conter vestígios de pesticidas. Alguns podem até ter um potencial risco à saúde.
O levantamento analisou 24 alimentos industrializados amplamente consumidos pelos brasileiros. Em metade deles, foram encontrados resíduos de agrotóxicos. O destaque negativo ficou com o biscoito maisena, que lidera a lista entre os mais contaminados.
Entre os ingredientes mais críticos, a farinha de trigo foi a que mais apresentou contaminação. Já o agrotóxico mais comum foi o glifosato, identificado em sete amostras. Também chamou atenção a presença de fipronil — inseticida tóxico — em uma bebida láctea sabor chocolate.
Ranking dos mais contaminados
Além do biscoito maisena, outros alimentos que apareceram com alto nível de contaminação foram:
- Macarrão instantâneo
- Bolos prontos
- Hambúrgueres e empanados vegetais
- Presunto cozido
- Petit suisse de morango
- Bebidas lácteas sabor chocolate
Em algumas amostras, foram detectados até quatro tipos diferentes de pesticidas.
Apesar de os resíduos estarem abaixo dos limites legais para alimentos in natura, o Idec alerta: o consumo contínuo dessas substâncias pode causar efeitos nocivos ao organismo. Muitos dos pesticidas encontrados são considerados possivelmente cancerígenos, aumentando a preocupação com os riscos à saúde pública.
O que diz a Anvisa?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária respondeu que os limites respeitam a legislação vigente e que já há regras para o controle de resíduos em alimentos processados. No entanto, o Idec cobra normas específicas para ultraprocessados, com rastreabilidade clara dos ingredientes contaminados.
Sem uma regulamentação voltada para os alimentos que passam por várias etapas industriais, torna-se difícil saber se os resíduos vêm da matéria-prima ou do próprio processamento. Para o Idec, é urgente que a Anvisa avance nesse controle, considerando o consumo elevado desses produtos pela população brasileira.
O estudo reforça a importância de olhar com atenção os rótulos e, sempre que possível, reduzir o consumo de ultraprocessados. Embora práticos, esses alimentos podem carregar um “ingrediente invisível”: resíduos que não aparecem na embalagem, mas podem impactar a saúde a longo prazo.