Ao menos 245 cavalos em quatro estados do Brasil já m0rreram após consumirem uma ração contaminada. O número foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em nota publicada neste domingo (13/7).
As análises conduzidas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) constataram a presença da substância tóxica conhecida como monocrotalina. De acordo com a pasta, a identificação é inédita em ração para equinos.
A primeira denúncia contra a Nutratta Nutrição Animal Ltda foi recebida pela ouvidoria do ministério em 26 de maio. A contaminação ocorreu depois que resíduos de plantas do gênero crotalaria, responsáveis por gerar a monocrotalina, foram encontrados na matéria-prima.
“Em todas as propriedades investigadas, os equinos que adoeceram ou vieram a óbito consumiram produtos da empresa. Já os animais que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis, mesmo quando alojados nos mesmos ambientes”, explica a nota do ministério.
A pasta iniciou o processo administrativo fiscalizatório, “lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações destinadas, inicialmente, a equinos”, mas posteriormente a de todas as espécies animais.
A empresa chegou a ganhar na Justiça autorização para retomar a produção de rações não destinadas a equinos, mas o ministério recorreu reforçando o risco sanitário envolvido.
Em nota, a empresa alega que se solidarizar “com genuína empatia pelo sofrimento que atravessa todo o setor”. A Nutratta afirma que preferiu não se manifestar de forma precipitada, e concentrar os esforços “a apuração técnica rigorosa dos fatos, colaborando de forma integral com os órgãos competentes e reforçando nossos controles internos com o apoio de nosso corpo técnico especializado”.
“A Nutratta permanece à disposição de todos os clientes, distribuidores e profissionais para qualquer esclarecimento necessário, visitas técnicas e acompanhamento de todas as etapas do processo investigativo”, ressalta o pronunciamento.
A contaminação de ração para cavalos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda provocou a morte de pelo menos 245 cavalos em quatro estados brasileiros. A situação foi atualizada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) no começo da noite deste domingo (13).
O ministério investiga os casos desde o final de maio, quando recebeu uma denúncia por meio da Ouvidoria. Até agora, foram registradas mortes em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.
De acordo com a pasta, foram detectadas substâncias tóxicas em amostras coletadas e analisadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA). Os materiais apresentaram teores de alcaloides pirrolizidínicos, também chamado de monocrotalina, substância incompatível com a segurança alimentar animal.Play Vide
O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou a singularidade do caso. “Esse caso é único. Nunca, em toda a história do Ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece”, afirmou.
Ainda de acordo com o secretário, a legislação deixa claro que o uso dessa substância não é permitido em nenhuma hipótese. “Essa substância, mesmo em doses muito pequenas, pode causar problemas neurológicos e hepáticos graves”, pontuou.
Segundo o Mapa, nas propriedades investigadas, os cavalos que consumiram produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda ficaram doentes ou morreram. Já animais que não fizeram a ingestão das rações, mesmo nos mesmos ambientes, permaneceram saudáveis.
O ministério instaurou um processo administrativo fiscalizatório, lavrou auto de infração e determinação a suspensão cautelar da fabricação de rações. Inicialmente a medida visava apenas equídeos, no entanto, posteriormente, foi estendida para rações de todas as espécies.
A decisão aconteceu após a investigação apontar uma falha no controle da matéria-prima, que continha resíduos de plantas do gênero crotolaria, responsáveis pela geração de monocrotalina, como causa da contaminação das rações.
Apesar da interdição pelo ministério, a Nutratta Nutrição Animal Ltda conseguiu uma autorização judicial para retomar parte da produção não destinada a equídeos. A pasta informou que recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas que reforçam o risco sanitário e comprovam a necessidade de manutenção das medidas adotadas.
“O Ministério permanece atento a qualquer nova denúncia e manterá a sociedade informada com total transparência. As ações de fiscalização seguem reforçadas, com foco na proteção da saúde animal e na segurança da cadeia produtiva”, disse o Mapa em nota