Uma investigação internacional detectou concentrações massivas de microplásticos no Oceano Atlântico Norte e despertou novos alarmes.
Estima-se que milhões de toneladas de resíduos plásticos contaminam esta zona, com graves consequências para a biodiversidade marinha e a saúde humana.
A pesquisa, publicada na revista Nature Geoscience, analisou mais de 100 amostras coletadas em águas profundas e superficiais. Isso revelou níveis alarmantes de contaminação plástica flutuante, que poderiam superar em muito as estimativas anteriores.
Microplásticos no oceano Atlântico: o custo ambiental do consumo desmedido
Os cientistas alertaram que a quantidade total de plástico acumulado no oceano poderia ser muito maior se considerarmos também os resíduos depositados no fundo marinho e as partículas suspensas em colunas de água.
O problema, afirmam, não se limita mais às zonas costeiras ou aos grandes aglomerados de lixo oceânico: hoje, os microplásticos estão presentes em todos os níveis do ecossistema marinho.
Esta descoberta se soma às crescentes evidências do impacto da contaminação plástica em escala global.
A ONU estima que são despejadas mais de 14 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos a cada ano, gerando efeitos devastadores sobre a biodiversidade, os recursos pesqueiros e a saúde pública.
Uma ameaça invisível e persistente
Os microplásticos são fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro.
Provêm de embalagens, têxteis, cosméticos e resíduos industriais, e chegam ao mar por canais fluviais, águas residuais e a ação do vento.
Embora sejam diminutos, seu impacto é enorme. Eles afetam a saúde de espécies marinhas que os ingerem e, através da cadeia alimentar, também poderiam representar um risco para os seres humanos.
Segundo o estudo, no Atlântico Norte flutuam atualmente entre 11 e 21 milhões de toneladas de microplásticos, com uma tendência crescente. Esses resíduos não se degradam facilmente e podem permanecer na água por décadas.
Um apelo urgente para reduzir os plásticos e reforçar políticas ambientais
Os autores do estudo afirmam que é urgente reduzir o uso de plásticos descartáveis, melhorar os sistemas de reciclagem e limitar as fontes de contaminação marinha.
Também destacam a importância de implementar normas internacionais mais rigorosas e fomentar acordos globais para frear esta crise.
Organizações ambientais como Greenpeace e WWF concordaram que esses resultados demonstram a necessidade de avançar para uma economia livre de plásticos e promover alternativas sustentáveis a nível industrial e doméstico.
