Um estudo recente divulgado pela revista Food Research International trouxe revelações alarmantes sobre a contaminação de ostras no Brasil. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições analisaram ostras vendidas em São Paulo e Santa Catarina.

A investigação demonstrou que esses frutos do mar apresentam níveis de arsênio superiores ao limite permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão contaminados por bactérias multirresistentes.

Os pesquisadores recolheram 108 amostras das espécies Crassostrea gigas e Crassostrea brasiliana entre setembro de 2022 e março de 2023. Em certas amostras, as concentrações de arsênio alcançaram 1,9 mg/kg, bem acima do limite de 1,0 mg/kg estabelecido pela Anvisa.

Além disso, as ostras estavam contaminadas com metais pesados, como chumbo, cádmio e cromo. As superbactérias encontradas, pertencentes à família Enterobacterales, são conhecidas por sua resistência a antibióticos de última linha, como cefalosporinas e carbapenêmicos, o que intensifica os riscos à saúde ao consumir esses frutos do mar crus.

Preocupações com a saúde pública

O consumo de ostras contaminadas representa um risco direto à saúde pública. As bactérias resistentes tornam as infecções derivadas desse consumo mais difíceis de tratar, potencialmente causando infecções graves.

Atividades humanas contribuem significativamente para a contaminação por metais pesados nas regiões produtoras de ostras. Estudos anteriores realizados em regiões como Recife já identificaram a presença de metais pesados, vinculando a contaminação a práticas de descarte inadequado.

Grupos vulneráveis, como gestantes e crianças, ficam ainda mais expostos aos riscos ao consumir essas ostras frequentemente. A contaminação não afeta apenas a saúde humana, mas também desequilibra o ecossistema marinho, comprometendo a biodiversidade local.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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