O município de Sydney anunciou uma decisão que impactará diretamente a construção de novas residências a partir de 2026. A partir de 1º de janeiro desse ano, todos os novos lares erguidos na região administrada pela Cidade de Sydney deverão ser equipados exclusivamente com aparelhos elétricos para cozinhar e aquecer, deixando de lado o uso do gás. A medida foi aprovada por unanimidade durante a reunião do conselho municipal realizada no início de 2025.
Além das residências, a proposta prevê que escritórios, hotéis e apartamentos com serviços também deixem de utilizar gás em novas construções a partir de 2027. A iniciativa busca não apenas promover mudanças ambientais, mas também gerar economia para os moradores, já que estimativas do conselho indicam uma possível redução de até 626 dólares australianos por ano nas contas de energia das famílias. Outras cidades ao redor do mundo, como Nova York e Barcelona, também têm analisado políticas similares, reforçando essas tendências globais.
Por que a cidade de Sydney decidiu proibir o uso de gás em novas residências?
A decisão do conselho municipal foi motivada por questões ambientais e de saúde pública. Estudos recentes, inclusive de pesquisadores norte-americanos, apontaram que o uso de fogões a gás pode elevar rapidamente a concentração de dióxido de nitrogênio dentro de ambientes fechados, chegando a níveis cinco vezes superiores ao padrão de qualidade do ar externo australiano em apenas meia hora de uso. Esse dado levantou preocupações sobre os impactos do gás na qualidade do ar doméstico e na saúde dos moradores.
Outro fator relevante é a meta de redução de emissões de carbono. Ao incentivar o uso de aparelhos elétricos, especialmente em um contexto de crescente adoção de fontes renováveis de energia, a cidade espera contribuir para a diminuição da pegada de carbono associada ao setor residencial. A medida também se alinha a tendências internacionais de transição energética e descarbonização das cidades.
Quais outras cidades já adotaram restrições ao gás em novas construções?
Sydney não é a primeira a adotar esse tipo de restrição. Outros seis conselhos municipais da Austrália já implementaram políticas semelhantes, proibindo o uso de gás em novas residências. Entre eles estão Município de Hornsby, Município de Lane Cove, Cidade de Newcastle, Município de Waverley, Cidade de Parramatta e Cidade de Canada Bay. Essas iniciativas refletem um movimento crescente em áreas urbanas para limitar o uso de combustíveis fósseis em edificações recém-construídas. Além disso, cidades internacionais como Vancouver, nos Canadá, e Berkeley, nos EUA, já aplicam restrições similares, indicando uma tendência em expansão fora da Austrália.
- Município de Hornsby
- Município de Lane Cove
- Cidade de Newcastle
- Município de Waverley
- Cidade de Parramatta
- Cidade de Canada Bay
Essas cidades buscam, assim como Sydney, incentivar a adoção de alternativas mais limpas e seguras para o preparo de alimentos e aquecimento dos ambientes domésticos.
Como a proibição de gás em novas casas pode afetar os moradores?
A substituição do gás por aparelhos elétricos em novas residências traz algumas mudanças práticas para os futuros moradores. Entre os principais impactos estão:
- Redução de custos: o conselho municipal estima que as famílias poderão economizar até 626 dólares australianos por ano em contas de energia.
- Melhoria da qualidade do ar interno: a ausência de combustão de gás dentro de casa tende a diminuir a exposição a poluentes como o dióxido de nitrogênio.
- Adaptação de hábitos: moradores precisarão se acostumar com o uso de fogões e aquecedores elétricos, que apresentam características diferentes dos aparelhos a gás.
- Contribuição ambiental: a medida colabora para a redução das emissões de gases de efeito estufa associadas ao uso residencial de gás natural.
Apesar dos benefícios apontados, a decisão também gerou debates entre autoridades locais e estaduais. Em 2023, o governo de Nova Gales do Sul, liderado pelo premiê Chris Minns, rejeitou a adoção de uma proibição estadual para novas conexões de gás, ressaltando que o poder de decisão sobre o tema pode ser revisto pelo governo estadual. Organizações ambientais e associações de moradores continuam debatendo possíveis exceções em setores específicos, ainda pendentes de análise.
Com a nova regulamentação, Sydney se posiciona como uma das cidades australianas na vanguarda da transição energética urbana, priorizando a saúde pública e a sustentabilidade ambiental em suas políticas para novas construções. O tema segue em discussão em outros municípios e no âmbito estadual, refletindo a complexidade e a importância do debate sobre o futuro energético das cidades.