O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), acendeu um alerta sobre o risco de contaminação do Rio Tocantins. As autoridades locais solicitaram que a comunidade evite qualquer contato com a água do córrego, já que entre os veículos evolvidos estavam dois caminhões carregados com produtos tóxicos, sendo um com ácido sulfúrico e o outro com herbicidas. Especialistas ouvidos pelo GLOBO ressaltam que a diluição natural da correnteza “pode ser insuficiente para neutralizar o impacto a curto prazo”.

Pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Lucas Ferrante aponta que o fluxo do rio é grande e a diluição natural reduzirá a concentração do ácido. Entretanto, ele pondera que pode ser necessária a implementação de uma dosagem de cal hidratada ou carbonato de sódio na água das estações de tratamento para que ocorra a neutralização.

— Em poucos dias o problema deve estar contornado dada a dissolução do ácido na água, entretanto é necessário monitorar a qualidade da água, seu pH e mortalidade de animais na área como um bioindicador da qualidade do rio — explica Ferrante.

Já Carlos Eduardo Canejo, professor e pesquisador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA), ressalta que o contato com a água, caso contaminada, pode trazer danos à saúde, como provocar queimaduras na pele e intoxicações.

— A água contaminada pode comprometer a economia e o abastecimento do líquido na região, se a fonte de captação for próxima do local atingido — ressalta. — É preciso que o governo tome medidas imediatas, como ações de isolamento da área e o monitoramento contínuo da qualidade da água, para mitigar o dano ao longo do tempo, restringindo o uso e o acesso até que se tenha segurança.

A Prefeitura de Aguiarnópolis alertou, em nota, sobre os riscos imediatos à saúde, como intoxicação e queimaduras causadas pelo contato com a água contaminada. A orientação é para que todos se mantenham afastados do rio até novas instruções.

A Prefeitura de Estreito emitiu um alerta semelhante, destacando os riscos graves de reações químicas provocadas pelos produtos que caíram no rio, principalmente para as comunidades ribeirinhas que vivem ao redor do local. As autoridades pedem cautela até que a situação seja totalmente controlada e novas informações sejam divulgadas.

Investimento na reconstrução

A construção ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) e faz parte da rodovia BR-226, que liga o Rio Grande do Norte até Tocantins. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) determinou a interdição total da ponte. A queda da estrutura provocou uma morte.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta segunda-feira a edição de um decreto emergencial para reconstrução da ponte. A previsão é que seja desembolsado entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.

Renan Filho, que esteve no local nesta segunda-feira, também anunciou a abertura de uma sindicância para apuração dos responsáveis pelo desastre.

— Nós estamos com emergência decretada para contratar a reconstrução da ponte ainda dentro do exercício de 2024. Isso será um trabalho de muita resolutividade por parte do Ministério dos Transportes para que se consiga ter esta obra no que concerne não apenas à reconstrução, mas também à retirada dos escombros, avaliação dos danos causados, acompanhamento da obra e a execução das futuras obras — disse Renan Filho.

Ele prometeu entregar a estrutura ainda em 2025.

— Além do contrato neste ano esperamos nos primeiros dias de 2025 dar ordem de serviço para todas as obras de engenharia que serão feitas aqui, com o compromisso de entregar esta ponte em 2025. Vamos trabalhar dedicadamente para fazer desta nova ponte um case de resolutividade — acrescentou.

O eixo rodoviário é importante para o escoamento de produção e transporte de mercadorias entre os dois estados.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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