Após o Irã anunciar o lançamento de mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, explosões foram ouvidas em Doha, no Catar, na noite desta segunda-feira (23/06, tarde do Brasil). Segundo as autoridades catarianas, praticamente todos os mísseis foram interceptados e não há mortos.

O Catar abriga a base aérea de Al Udeid, a maior mantida pelos americanos no Oriente Médio. Situado do outro lado do Golfo Pérsico, o quartel-general avançado do Centro de Comando militar americano reúne aproximadamente 8 mil soldados. 

O governo catariano afirma que um explosivo chegou a atingir o local, mas não teria causado maiores danos.

O Irã havia prometido retaliação pelo bombardeio de suas instalações nucleares pelos americanos, na madrugada do domingo. Pouco antes das explosões, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, escreveu no X que seu país não havia começado a guerra, nem a procurado, mas não deixaria a “invasão do grande Irã sem resposta”.

Ao comentar a resposta iraniana, o presidente americano, Donald Trump, chamou-a de “fraca” e agradeceu por, segundo alegou, ter sido avisado pelo Irã com antecedência.

“Estou feliz em informar que nenhum americano foi ferido, e que mal houve danos”, anunciou Trump na rede Truth Social. “Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que permitiu que nenhuma vida fosse perdida e ninguém fosse ferido. Talvez agora o Irã possa prosseguir à paz e à harmonia na região, e eu entusiasticamente encorajarei Israel a fazer o mesmo.”

O espaço aéreo do Catar havia sido fechado horas depois de Estados Unidos e Reino Unido instarem seus cidadãos a buscarem um abrigo seguro com urgência.

O governo catariano declarou que se reserva o direito de responder à agressão.

Inicialmente, as agências de notícia informaram que mísseis também teriam visado o Iraque, onde fica a base americana Ain al-Assad. A informação, porém, foi posteriormente desmentida pelos militares americanos. Segundo eles, o alarme antiaéreo na base iraquiana foi disparado por um míssil que tinha Israel como destino.

Petrolíferas evacuam estrangeiros

Mais cedo nesta segunda-feira, o Irã havia sido alvo de novos ataques israelenses que atingiram o complexo nuclear subterrâneo de Fordo e a entrada da prisão de Evin, onde estão encarcerados dissidentes do regime do aiatolá Ali Khamenei. Via redes sociais, os militares israelenses anunciaram que continuariam a atacar alvos no entorno de Teerã “ao longo dos próximos dias”.

Segundo a agência de notícias Reuters, as empresas petrolíferas BP, Eni e TotalEnergies começaram a evacuar funcionários estrangeiros de campos de petróleo iraquianos, em meio à ameaça da milícia iraquiana Kataib Hezbollah, alinhada ao Irã, de atacar os soldados americanos na região.

Apesar de o Irã ter ameaçado fechar o Estreito de Ormuz, por onde escoa boa parte do petróleo da região, os preços da commodity até agora se mantiveram relativamente estáveis, o que sugere que os mercados internacionais não preveem uma disrupção nas cadeias globais de abastecimento.

ra/av (AP, Reuters)

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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